Livro 'A Menina Com os Pés no Chão' / Divulgação
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De uma geração de jovens escritoras, Mariana Brecht, vencedorado Prêmio São Paulo de Literatura, em 2021, com a autoficção Brazza, lança neste mês seu primeiro livro infantojuvenil.
A escritora, que também é roteirista e designer narrativa de jogos, considera que seu ofício é mesmo criar histórias, e fala da importânciados livros na infância, além de contar um pouco sobre sua nova obra "A Menina que Andava com os Pés no Chão", da editora Florear Livros.
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Segundo Mariana, aliteratura nos ensina a imaginar. “O espaço entre cada palavra oferece um vazioque só pode ser preenchido por nossas próprias ideias, e é essa a força daliteratura. Apenas uma pequena parte da história está dada; às imagens, ossons, os cenários são moldados pela pessoa que lê”.
A autora reflete que aimaginação é, hoje mais do que nunca, um recurso essencial. “Em meio à crise climática, o futuro que aguarda as crianças não é promissor. É necessário criar soluções, trilhas, alternativas e formas de convivência que permitam vislumbrarum futuro em um mundo onde a vida seja possível. Nesta missão, eu não tenho dúvidas, a literatura é uma de nossas maiores aliadas”, afirma. Seu primeiro texto infantil foi desenvolvido num trabalho com crianças da pré-escola na sala de aula.
“Falar sobre Pão com Mamão é uma brincadeira que gosto de fazer em minhabiografia, mas também é uma maneira de destacar a importância da criaçãopoética nas salas de aula. O contato com a literatura permite que as crianças expandam seu imaginário e compreendam a si mesmas como sujeitos criativos, semmedo de explorar seus próprios caminhos, seja com os pés no chão ou não”, diz Mariana.
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Para ela, essaabordagem encoraja uma postura inventiva e questionadora, fundamental paranosso modo de vida, em que há muito a ser reinventado.
O próximo lançamento infanto-juvenil, será no final deste mês, "A Menina que Andava com os Pés no Chão", pela Editora Florear Livros. A obra tem uma narrativa poética, profunda de emoções comoo sentimento do vazio. Algo que tantos jovens sentem hoje.
Segundo a escritora oque a inspirou foi seu próprio processo terapêutico, que coincidiu com apandemia , em 2020: “percebi a intensidade dos sentimentos que permeiam minhavida. Sou uma pessoa muito emocionada! Sempre senti tudo com muitaprofundidade, o tempo todo. Isso me tornava vulnerável em muitas situações, mastambém era, de certa forma, um superpoder, permitindo-me ser mais sensível aomeu entorno”.
O grande desafio paraela era aprender a caminhar sem se machucar demasiadamente. “Foi por isso queescrevi a história de Gaia, A Menina com os Pés no Chão, um guia para minha própria jornada, uma bússola que apontava para o caminho a seguir”.
Gaia é a única pessoado reino com “os pés no chão”, mas é também a personagem mais sonhadora dolocal. Isso inverte o sentido comum do pragmatismo, desafiando o discurso da“racionalidade acima de tudo” ou a ideia de que ser “pragmático” significadiscordar dos sentimentos. Trata-se também de uma história sobre aceitação dadiferença, seja ela qual for.
Na obra as ilustrações têm um papel muito importante, um trabalho belíssimo da Lumina Pirilampus.
Mariana acredita queos ilustradores também são autores: “quando recebi o livro com as ilustraçõesda Lumina, percebi que ele já não era mais apenas o que eu havia escrito,tornara-se algo completamente diferente, infinitamente maior. Ela teve asensibilidade de capturar os sentimentos que eu desejava transmitir com o livroe transformá-los em imagens,conta.
O lançamento da obra será no dia 27 de abril, das 11h às 13h, com uma conversa mediada pela escritora Keka Reis com as autoras do texto e Ilustrações, na Livraria Miúda, Rua Coronel Melo de Oliveira, 766– Pompeia, São Paulo.
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