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Encerrando neste final de semana a temporada de Hamlet Futebol Clube em Cubatão, os alunos do projeto Superação II realizam as últimas apresentações neste sábado e domingo, às 20 horas, com entrada gratuita no Teatro do Kaos (Praça Coronel Joaquim Montenegro, 34, Largo do Sapo (depois da ponte do Arco-Íris), Centro). Em seguida, eles começam a se preparar para o tour nacional, onde percorrerão 15 cidades brasileiras, entre elas as capitais do Ceará (Fortaleza), do Espírito Santo (Vitória), do Distrito Federal (Brasília), do Rio Grande do Sul (Porto Alegre) e de São Paulo (São Paulo).
Ser ou não ser, eis a questão? A famosa frase de Hamlet- personagem da obra homônima de William Shakespeare- ganha uma nova roupagem e é apresentada para o público nos dias de hoje. Em meio a um jogo de futebol, Hamlet procura saber quem é o assassino de seu pai e entre o desejo de vingança, a dor da perda e a dissimulação da loucura, ele desvenda as forças humanas e todo o jogo que envolve a sociedade, passando da traição à vingança, sem esquecer o moralismo e a corrupção.
Uma apresentação explosiva, de misturas e fôlego tanto do elenco, que desenvolve toda a estória em uma partida de futebol, quanto do público, que reconhecerá em cada personagem uma tragédia da vida real, seja no jogo de interesses por aqueles que querem o poder a qualquer preço, ou na corrupção, que leva os menos favorecidos à beira do precipício. E em meio a tudo isso, o futebol, que não pode parar.
Com direção de Marcos Felipe (responsável pela releitura) e inspirada na obra de William Shakespeare, Hamlet Futebol Clube marca a conclusão dos alunos do Projeto Superação II, do Teatro do Kaos, que tem o patrocínio da Petrobras.
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Superação II: Mais do que um projeto de qualificação profissional
Desenvolvido pelo Teatro do Kaos, com patrocínio da Petrobras, o projeto tem por objetivo a qualificação profissional em artes cênicas de jovens com idade entre 18 e 29 anos. Gratuito e com duração de dois anos, o curso, composto por aulas teóricas e práticas multidisciplinares, tem proporcionado aos participantes mais do que o conhecimento profissional, mas grandes descobertas e desenvolvimento pessoais.
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"É uma avalanche de conhecimento. Aprendi a ter disciplina, a querer aprender de verdade e acredito que passei a compreender melhor as pessoas ao redor e me conhecer. É uma experiência marcante e foi um divisor de águas em minha vida", relata Rodrigo Alves, 23. Morador de Mongaguá, o estudante não mede esforços para acompanhar as aulas.
Funcionária pública, Alexsandra Lima, 29, trancou a faculdade de Pedagogia para realizar um sonho de criança. A moradora da Ilha Caraguatá, em Cubatão, conheceu o teatro na escola, aos 12 anos e desde então, passou a sonhar com o dia em que aprenderia a arte da interpretação. "Mas foi depois de assistir A Falecida (montagem feita pelos alunos do Superação I, em 2012) que esse sonho se reavivou em mim, me fez despertar. Então, fiquei sabendo do projeto e vim participar", comenta.
Mãe de um menino de quatro anos, Alexsandra fala sobre a importância de acreditar em seus sonhos e a transformação pela qual passou. "Nunca deixe de sonhar, porque ele pode se realizar. A gente trabalha, tem as nossas responsabilidades e diz: 'ah, quando aparecer a oportunidade eu realizo o meu sonho'. A minha apareceu e o meu sonho está se concretizando", afirma. "O teatro trouxe prazer para a minha vida e todos perceberam essa felicidade. Antes, parecia que eu estava dormindo, era apagada. E o teatro veio e abriu os meus olhos. Enxergo o mundo diferente. Tenho vontade de aprender um pouco de tudo e não há ladrão no mundo que possa roubar o conhecimento que adquiri aqui. Hoje, consigo definir os meus objetivos. É realmente uma superação, você se supera. Me sinto realizada", declara.
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Superação I
Em sua primeira edição (2011), o Projeto Superação qualificou 24 atores- destes, dois foram aprovados no curso de teatro da USP. A montagem feita pelos alunos, A Falecida, realizou um tour nacional e foi premiada em 2012 pela CPT (Cooperativa Paulista de Teatro) como Melhor Espetáculo do Litoral e Interior do Estado, e a Oficina de Iniciação Teatral atendeu mais de 400 estudantes da rede de Ensino.
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