Lançado nesta quarta-feira, o documentário tem apoio do Diário do Litoral / Nair Bueno/DL
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Sessões lotadas. Assim foi a estreia do documentário "Nossa Louca Resistência", do jornalista Carlos Ratton, no Consistório da Universidade Santa Cecília (Unisanta). "A arte, o cinema, está me ajudando a manter a minha sanidade mental, minha sensibilidade de repórter. Em "Nossa Louca Resistência", procurei resgatar um passado da conhecida Casa dos Horrores já esquecido por muitos santistas", celebra o cineasta.
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A obra - roteirizada e dirigida por Carlos Ratton - mostra o passado e o presente do prédio da antiga Casa de Saúde Anchieta, que na década de 80 recebia seres humanos com problemas psicológicos, dependentes químicos, gays e até jovens de espírito rebelde que, vítimas do preconceito da sociedade, eram submetidos a tratamentos de choque e torturas no hospital psiquiátrico conhecido como Casa dos Horrores.
Entre estudantes, jornalistas e profissionais de diversas áreas, o documentário também tem a missão de mostrar a atual realidade do local. "Importante também desmistificar que o prédio do antigo Manicômio Anchieta, hoje, abriga vagabundos e drogados. Na verdade, são 69 famílias formadas por cidadãos e cidadãs trabalhadoras, que lutam por um teto, pelo direito de existir", explica Ratton.
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Na primeira sessão do documentário, estava o marceneiro Rogério Vieira Ramos, morador do Anchieta há 15 anos e pai de 4 filhos. Ele foi assistir pela primeira vez a uma produção audiovisual. "A gente se sentia invisível pra população no geral e com um documentário como este, a gente mostra nossa verdadeira história", explica.
Carlos Ratton também tem motivos pessoais para mostrar este documentário ao mundo. "No passado, muitos internos resistiram ao desprezo, preconceito, à tortura. No presente, os moradores resistem à especulação imobiliária e ao despejo compulsório. Dedico esse filme à minha tia Anita, que não resistiu aos maus tratos, e aos tratamentos desumanos realizados na Casa dos Horrores", relembra.
Durante a estreia, o presidente de Administração da Unisanta, Marcelo Teixeira, apresentou o documentário com um marco importante da universidade. "É um documentário muito aguardado, muito esperado e nós temos o privilégio de mostrá-lo com o trabalho do professor Robson, coordenador do curso de da FAAC, também com os nossos estagiários envolvidos. Nossos alunos conseguem aliar a teoria à prática e, quando a prática é com motivos assim tão importantes como o documentário dessa noite, eles crescem espiritualmente e de uma maneira mais humana. Eu acredito que este seja um dos maiores diferenciais dos formandos da Unisanta", celebra.
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O orgulho também faz parte da equipe e da diretoria do Diário do Litoral, representada pelo diretor-presidente Alexandre Bueno. "Parabéns ao Ratton e a todos os envolvidos. Esse é o segundo documentário que é produzido. O primeiro foi um marco. Após ele, muitas ações foram feitas na Cidade. Isso é muito relevante, mostra que o trabalho foi muito bem feito e a gente pode mostrar realmente o que está acontecendo na cidade. Fico muito feliz, em nome de todos do Diário, de poder contribuir. Que venham muitos pela frente!", disse Bueno.
A obra Nossa Louca Resistência tem patrocínio da Unisanta e apoio cultural do Diário do Litoral; Estúdio Wave; Toca do Tubarão; Instituto Guitar Team e produção da Valentte Filmes e Tela Vip Digital.
O filme conta a participação de grandes profissionais da Baixada Santista, tem a Direção de Fotografia assinada por Tony Valentte e música tema assinada pelos músicos Luciano Albano e Roberto Canuto.
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Como o filme Colchão de Pedra, o projeto tem função pedagógica e, neste sentido, abriu para participação de uma equipe universitária formada pelos alunos (as) de Jornalismo e Psicologia Adriano Silva Bastos; Indira Coelho de Souza; Marcela Moreira Perdigão; Nathalia Facion; Mikaely Fernanda; Geovanna Norato Caraviello; e participação especial: da ex-prefeita e atual vereadora Telma de Souza e Lívia Valenttina (criança).
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