Projeto Mantas do Brasil, com patrocínio da Autoridade Portuária de Santos, lança a primeira edição do programa Cientista Mirim neste domingo (10) / Arquivo Pessoal
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Novas práticas educacionais garantem que as crianças tenham autonomia na aprendizagem. O protagonismo permite que, desde cedo, possam explorar o mundo de maneira autônoma. Isto forma cidadãos ativos, com maior senso de responsabilidade.
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O Projeto Mantas do Brasil, com patrocínio da Autoridade Portuária de Santos, lança a primeira edição do programa Cientista Mirim neste domingo (10). Uma investigação científica repleta de conhecimento sobre o mundo marinho acontecerá na praça do Aquário Municipal de Santos, gratuitamente, para quem tem até 12 anos.
A ação será realizada no encerramento da 7º edição da Semana Lixo Zero Baixada Santista, das 10h às 18h, na Praça Luiz La Scala, s/nº - Ponta da Praia, em Santos. Além das oficinas, haverá uma feira com a participação diversos expositores, venda de produtos sustentáveis e atrações artísticas. Haverá, também, um Drive Thru da Reciclagem com coleta de eletroeletrônicos e coleta de óleo de cozinha pela Biolitoral.
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O programa surgiu através de um coletivo do Projeto Mantas do Brasil. Estudantes de todo o país, de 18 a 29 anos, sentiram a necessidade da autonomia infantil. Uma cartilha, com experiências guiadas e instruções será disponibilizada aos participantes. “Faremos o lançamento oficial na feira. Em 2024, faremos nas escolas municipais de Santos. Nosso objetivo é ampliar para toda a Baixada Santista”, afirma a coordenadora de educação ambiental, Ana Carolina Fornicola.
A iniciativa visa empoderar as crianças, para que elas possam aprender sobre o meio ambiente na prática. O conhecimento sobre sustentabilidade permite entender como as ações cotidianas impactam os oceanos. “Isso promove a responsabilidade ambiental e o desenvolvimento de hábitos sustentáveis, contribuindo para a preservação dos ecossistemas marinhos e, por extensão, para o equilíbrio do planeta”, comenta.
A mascote do projeto, uma raia-manta em tamanho real, estará presente e irá destacar sobre a importância da preservação da espécie. “Quando as crianças aprendem sobre animais ameaçados de extinção, como é o caso das raias-mantas, desenvolvem empatia pela vida selvagem, o que possibilita compreender o valor da conservação para manter a biodiversidade”, conta.
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O animal marinho pode atingir 8 metros de comprimento e pesar cerca de 2 toneladas. Trata-se da maior espécie de raia do mundo, descrita em 1792 pelo ictiólogo alemão Johann Julius Walbaum. Elas são capazes de deslocar-se por grandes distâncias nos oceanos e realizam mergulhos a profundidades superiores a mil metros. Costumam frequentar o litoral nos meses em que a temperatura da água está mais fria.
EXPERIÊNCIAS
As aulas de ciências são oportunidades de experimentar e observar o novo. Para aprender sobre genética, de maneira prática, as crianças irão acompanhar a extração do DNA de um morango. O processo ganha um significado diferente, aproximando da rotina o que antes parecia estar distante.
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“As ações lúdicas são atrativas para as crianças. Através de jogos e atividades que integram os alunos, eles se interessam pelo assunto e aprendem com mais facilidade, já que colocam a mão na massa”, comenta a oceanógrafa e pesquisadora do Projeto Mantas do Brasil, Letícia Schabiuk.
Os pequenos cientistas também poderão analisar uma amostra de água e sedimento marinho. Irão verificar a temperatura, cheiro, cor, presença ou ausência de resíduos nas amostras, enquanto os monitores ambientais explicam sobre a importância do ambiente limpo, saudável e equilibrado.
O protagonismo infantil na ciência estimula a curiosidade e o pensamento crítico. “Ao incentivarmos crianças a explorarem o mundo, garantimos que novas habilidades ganhem espaço, como a observação, questionamento e resolução de problemas, contribuindo para a formação de futuros cientistas e cidadãos engajados”, afirma Ana Carolina.
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PROJETO MANTAS DO BRASIL
Fundado há 10 anos, em Santos, visa preservar as raias-manta, uma das maiores espécies de raia do mundo. A voz brasileira na luta de conscientização, através de ações de pesquisa e educação ambiental. Recebe patrocínio da Autoridade Portuária de Santos (APS), administradora do Porto de Santos.
O projeto é realizado nacionalmente pelo Instituto Laje Viva, organização não governamental (ONG) privada sem fins lucrativos voltada à pesquisa marinha. A entidade nasceu através da indignação de mergulhadores, diante da pesca e caça ilegal, que ainda ocorre no Parque Estadual Marinho Laje de Santos. O rochedo, localizado a 35 quilômetros da costa, além de ser salvaguardado pela legislação brasileira, pela Polícia Ambiental e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), é preservado pela ONG.
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RAIAS-MANTA
Atualmente a espécie com ocorrência comprovada no Brasil (Mobula birostris) está ameaçada de extinção, segundo a Red List, feita pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Biólogos lutam contra o tempo para salvar a espécie. Em 2013, houve a proibição da pesca predatória no Brasil. No mesmo ano, no país, foi criada a Instrução Normativa Interministerial MPA/MMA, que proíbe a pesca, retenção a bordo e comercialização em todo o território nacional.
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Em Santos, a última aparição aconteceu em maio deste ano. Isto não acontecia desde 2019. A ‘gigante’, batizada de Debi pelos pesquisadores, era uma fêmea de cerca de 4 metros de comprimento. O Projeto Mantas do Brasil, nos últimos dez anos, registrou cerca de 90 raias-manta na Laje de Santos. Destas, apenas cerca de 10 foram reavistadas na região.
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