Cinema

O fracasso mundial de 'As Marvels' não foi uma surpresa; entenda

Desde 'Vingadores Ultimato', a Marvel Studios vem apresentando uma constante queda nas bilheterias

Gabriel Fernandes

Publicado em 13/11/2023 às 20:03

Atualizado em 14/11/2023 às 13:45

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Em seu primeiro fim de semana, 'As Marvels' rendeu apenas 110 milhões mundialmente / Marvel Studios/Divulgação

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Era o final de abril de 2019, grandes filas rodeavam o hall de vários shoppings do mundo, na faixa da meia-noite. Tratava-se da sessão de pré-estreia de “Vingadores Ultimato”, um dos mais aguardados filmes da história do cinema. Responsável por encerrar um arco cinematográfico nunca antes vivenciado (já que cada filme funcionava como um episódio de uma série), o próprio rendeu 2,79 bilhões de dólares mundialmente (só perdendo para os 2,84 bilhões de “Avatar”).

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• 'As Marvels' lidera as bilheterias brasileiras

Como o Presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, viu que tinha acertado em uma mina de ouro, já que os últimos filmes do estúdio conseguiram não só grandes números nas bilheterias, como também indicações ao Oscar (que foi o caso de “Pantera Negra”), ele notou que era a hora de focar em personagens pouco explorados, deixando de escanteio o time principal, que era composto por Homem de Ferro, Capitão América, Thor, Hulk, Viúva Negra e Gavião Arqueiro (embora estes dois últimos tenham ganho produções solos).

Além desta aposta arriscada, Feige resolveu trabalhar agora as séries do Disney+, pois elas também fariam parte deste mesmo universo cinematográfico. Agora para você entender algum título visto nos cinemas, necessitava ver antes alguma série da Marvel na plataforma (o que indiretamente, foi usado como estratégia para aumentar o número de assinantes do serviço).

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Bilheterias Catastróficas

Só que uma iminente queda começou a ocorrer lentamente, e não foi por falta de aviso. Longas como “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” e “Thor: Amor e Trovão” tinham aberturas na faixa dos 130 milhões de dólares (apenas nos EUA), porém, em sua segunda semana sempre apresentaram queda nas bilheterias de 68%, em cima do valor citado. 

Então, na última quinta-feira, 9, chegou aos cinemas “As Marvels”, cuja premissa necessitava que você assistisse não apenas o primeiro longa solo da Capitã Marvel (Brie Larson), como também tivesse acompanhado as séries “WandaVision” e “Miss Marvel”, para entender os arcos de Monica Rambeau (Teyonah Parris) e Kamala Khan (Iman Vellani).

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Conquistando apenas 47 milhões de dólares em seu primeiro final de semana nas bilheterias dos EUA (com 110 milhões mundialmente, sendo R$ 9,2 milhões apenas no Brasil), se tratou da pior abertura na história da Marvel Studios, desde “O Incrível Hulk”, que obteve 55,4 milhões de dólares no mesmo período. Lembrando que para “As Marvels” dar lucro para Disney, teria de ter conquistado o triplo do seu orçamento (que foi em torno de 275 milhões).

Embora uma minoria alegue que a culpa foi a greve dos atores, o que impossibilitou a divulgação massiva do filme, a verdade é que a mecânica de produção dos títulos da Marvel Studios está apresentando um enorme cansaço.

Motivos que levaram ao desgaste

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Depois de "Vingadores Ultimato", além da necessidade de também ver as séries do Disney+, para poder entender os arcos dos filmes, virou comum ocorrer os seguintes tópicos em quaisquer produções do estúdio:

- CGI usado até para conceber roupas dos protagonistas;
- Filmes com efeitos visuais feitos de forma precária, que mesmo sem serem finalizados, são levados aos cinemas, com suas finalizações ocorrendo apenas quando eles chegam ao Disney+;
- Roteiros com situações vergonhosas, pelas quais muitas delas não fazem sentido algum (com direito a desculpas banais de produtores, para o público "comprar" as produções mesmo assim);
- Personagens importantes como Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch), Nicky Fury (Samuel L. Jackson) e Thor (Chris Hemsworth) viraram como inúteis e patetas, enquanto novatas como Miss Marvel (Iman Vellani) e She-Hulk (Jennifer Walters), são superioras e colocadas, de forma relaxada, como protagonistas;
- Falta de uma construção mais humana, para estes novos personagens citados (uma vez que muitos deles são desconhecidos por grande parte do público).

Possível Solução

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Em meio deste caos que se tornou o selo e com as constantes quedas nas bilheterias, no próximo ano a Marvel irá lançar nos cinemas apenas "Deadpool 3" (que promete resgatar a fase de ouro da própria, com atores como Hugh Jackman e Jennifer Garner vivendo mais uma vez Wolverine e Elektra), deixando produções como "Thunderbolts", "Capitão América 4", "Blade" e o aguardado "Quarteto Fantástico" (estes dois últimos foram reescritos várias e várias vezes, até então) para 2025. 

Rumores ainda alegam que Feige estuda também não só trazer de volta a formação clássica dos "Vingadores", como colocar novamente como protagonistas dos futuros filmes, Hugh Jackman (Wolverine) e Tobey Maguire (Homem-Aranha). 

Para nós, meros cinéfilos e fãs do gênero, resta esperarmos para ver se essa possível retomada irá salvar o selo do fracasso absoluto. 

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