Noite com o melhor dos clássicos marca o Dia Mundial do Rock em Cubatão

Um olhar desatento poderia até imaginar que se tratava de uma única tribo. Afinal, todos trajavam preto. Jaquetas, calças, botinas, capas. Mas bastava se aproximar para entender que a estampa impressa na camiseta deixava claro que linguagem musical havia conquistado não apenas seus ouvidos, mas também ditado o tom de seu modo de vida. E lá estavam em letras garrafais: Black Sabbath, Kiss, Led Zeppelin, Ratos de Porão, ACDC, Iron Maiden, Ramones, Guns and Roses... Todos unidos no Dia Mundial do Rock, festejado na noite de domingo (13), no Kartódromo de Cubatão.

O som visceral começou cedo, logo após a final da Copa. O aquecimento ficou por conta da banda The Classics, que reverenciou o beatle George Harrison, um dos ícones do rock and roll. No palco do Arraial no País do Futebol, os veteranos Rogério Baraquet, Douglas Arruda e Paulo resgataram músicas que já fazem parte do inconsciente coletivo.

Na sequência, com a plateia já tomada por jovens que idolatram o som do grupo, subiu ao palco a banda paulistana Children of the Beast, considerada o tributo oficial do Iron Maiden na América do Sul e uma das melhores bandas covers no mundo. O espetáculo não decepcionou os fãs, já que os músicos foram fiéis na produção, figurinos e interpretação.

Em meio ao público, que por volta das 21 horas já lotava a área da praça de alimentação, estava Mateus Henrique Alexandre Machado, de 13 anos. Residente em Samaritá, São Vicente, fez questão de comparecer ao evento com jaqueta de couro - preta -, bandana no cabelo e camiseta do Kiss.

"A bateria, a guitarra, o baixo, tudo se encaixa e acaba virando essa música que todo mundo vibra", disse, ao justificar sua paixão pelo rock, surgida aos seis anos de idade, quando ouviu o som de Guns and Roses em um jogo no computador. "Queria saber mais sobre aquela música e comecei a ouvir tudo: Led Zepellin, ACDC..."
A terceira banda, a Metanol Rock Band, contou com a potente voz de Aldre Lima para agitar a plateia. Criada por integrantes de diferentes bandas de rock da Baixada Santista - Fabrício Rodrigues (Máquina Zero) e Aldre Lima (Wicked Motor Band) nos vocais, Raul Bernardes e Reinaldo Andrade nas guitarras, Fabrício Leite no contrabaixo, Rogério Cunha nos teclados e Tito Giangiulio na bateria -, apresentou o melhor do clássico até o rock progressivo.

No meio da multidão, um "samurai", que trocou o cavalo por um triciclo montado sobre o chassi de uma Brasília, ganhou fãs. "Sou roqueiro desde que eu nasci", disse Luiz Carlos Pereira, mais conhecido como Macarrão. Trajando longa capa preta, boina coberta por botons e trazendo às costas uma espada, o "samurai", que reside na Vila São José, disse que fez a produção especialmente para a noite do rock. "Hoje sou um guerreiro que curte demais Kiss e Iron Maiden".

E o encerramento foi justamente com Kiss Cover. Criada em 1984, a Banda Destroyer trouxe os hits e antigos sucessos, incluindo a performance de palco e aparato cênico, características dos shows do Kiss nos anos 70. Os integrantes vestiram fantasias inspiradas na turnê Destroyer 1976. E até pintaram os rostos como Genne Simons, Paul Stanley e companhia. A celebração do rock é realizada desde 2008 em Cubatão. A partir de 2011 faz parte do calendário oficial de eventos da cidade, por meio da lei Nº 3484/11 de autoria do ex-vereador Paulo Tito (PT).