Cultura

Mostra cultural em SP alerta para alto índice de mortes de jovens negros

A organização não governamental destaca que, segundo dados do Mapa da Violência 2012, dos 56 mil assassinatos registrados no país, 30 mil são de jovens entre 15 e 29 anos

Publicado em 20/09/2015 às 22:25

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O alto índice de mortes de jovens negros será tema da mostra Setembro Verde: Jovem Negro Vivo a partir de terça-feira (22), na capital paulista. Durante quatro semanas, exposições, debates e exibições de filme – todos gratuitos – vão promover a campanha da Anistia Internacional para dar visibilidade ao grande número de homicídios entre esta população.

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A organização não governamental destaca que, segundo dados do Mapa da Violência 2012, dos 56 mil assassinatos registrados no país, 30 mil são de jovens entre 15 e 29 anos. Destes, 77% são negros. As atividades vão ocorrer no espaço Matilha Cultural, no bairro República, região central da cidade.

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“É uma pauta difícil, complexa, que vem com uma carga negativa muito forte, mas é um tema urgente. A agenda da segurança pública é central para o desenvolvimento do país”, disse Rebeca Lerer, coordenadora da campanha Jovem Negro Vivo. Ela informou que o objetivo é tornar esses dados mais acessíveis, com uma linguagem multimídia, mais próxima da juventude, como infográficos, grafite, fotos, cinema, debates e intervenções. “A sensibilização da sociedade sobre esse tema é o primeiro passo para a gente conseguir reduzir esses índices e a banalização dessas mortes”, afirmou.

A Anistia Internacional lembra que a mobilização acontece em meio às investigações sobre o envolvimento de policiais militares na chacina que deixou 19 mortos em Osasco no mês passado. A organização mostrou dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo que revelam o aumento das mortes praticadas por policiais no estado. Segundo o levantamento do órgão, o número de pessoas mortas por policiais em serviço aumentou 105% entre 2013 e 2014, saltando de 346 para 708 vítimas. No primeiro semestre de 2015, foram 358 pessoas mortas pela polícia, um aumento de 9,8% comparado ao mesmo período de 2014.

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As atividades começam às 17h, no dia 22, com a exibição do filme Sabotage, seguida por um bate-papo sobre a campanha da Anistia Internacional, com Renata Neder, representando a entidade, e o rapper GOG. Nos outros dias, a programação contará com a presença de outros movimentos sociais ligados ao tema da segurança pública. “Cada uma [organização] trabalha com um aspecto diferente nesse panorama da violência. A Anistia fala mais sobre os homicídios praticados pela polícia; a Conectas, da guerra às drogas e criminalização da juventude; o Sou da Paz, do mapa da violência armada no Brasil; e a Justiça Global vai falar da militarização da segurança pública”, disse.

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