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Bruno Gutierrez
Uma dupla que, por 22 anos, foi a “alma” do Charlie Brown Jr. Marco Britto, o Marcão, na guitarra, e Luiz Carlos Leão Duarte Junior, o Champignon, no baixo, ajudaram a dar vida ao som que marcou o estilo da banda santista durante toda a carreira do grupo.
Uma amizade que foi interrompida de modo abrupto, com o suicídio de Champignon, no dia 9 de setembro de 2013. Um ano após a perda de um dos seus melhores amigos e parceiros musicais, Marcão fala sobre o sentimento de perda, ainda presente e difícil de lidar a cada dia.
“É uma perda irreparável. É muito difícil estar longe do meu irmão. Tínhamos uma conexão muito grande. O Charlie Brown tem 22 anos. Tem muito moleque que está descobrindo a banda hoje, mas o grupo tem mais tempo de vida que o garoto. É difícil mensurar a importância que teve a nossa relação. Construímos a banda juntos. Sinto uma saudade enorme. Passou um ano, mas está tudo tão presente e vai demorar muito tempo para cicatrizar. É complicado. Mexe muito com a minha emoção. Tento viver tudo como um aprendizado”, diz o músico, de 43 anos.
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As perdas de Champignon e de Chorão, em março do ano passado, mexeram com o guitarrista, que chegou até a compor a música “Não estamos sozinhos”, onde ele expressa o que sentiu após os acontecimentos. Hoje, Marcão tenta preservar a imagem do amigo lembrando como era o convívio com ele.
“Lembro do jeito hilário dele, aquele sorriso. Era um cara que sempre estava de bom humor. Nos momentos mais adversos que passamos, ele sempre estava aparentemente bem. Ele tinha uma luz. É complicado falar desses assuntos, mas existe tanta emoção nisso que é difícil você definir isso em palavras”, afirma.
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Os 22 anos de Charlie Brown Jr. desenvolveram uma grande sintonia entre os dois. Até hoje, o músico ainda compõe imaginando como o ex-companheiro de banda iria reproduzir as melodias.
“Tivemos um entrosamento muito grande. Quando você compõe, você pensa no que o outro vai tocar. É uma espécie de piloto automático. Já tive vários pensamentos de estar tocando sozinho no estúdio e penso: “essa parte vai entrar o Champignon fazendo uma linha de baixo”. Quando vou compor, eu acabo pensando por esse lado. Era como um time que jogava entrosado. Um passava a bola para o outro, de costas, porque sabia que ele estaria ali”, recorda o compositor.
Marcão acredita que Champignon deixou sua mensagem por meio da música. O guitarrista acredita que o baixista foi e continuará sendo uma influência para muitos músicos.
“A música dele ecoará pela eternidade”, finaliza.
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