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Nos 61 anos de vida do músico carioca, poucas vezes, Luiz Maurício, o nome que ele carrega na certidão de nascimento, se impôs a Lulu Santos, alcunha com a qual trilhou a bem-sucedida carreira artística. Dá para contar nos dedos quando isso aconteceu. Como na infância, no período em que morou em São Paulo com os pais e os irmãos, e precisou sacar seu Luiz Maurício às pressas. “Na década de 60, não era uma coisa boa para um menino de 7 anos ser chamado de Lulu, porque Lulu era Luluzinho, cachorro, e eu tinha pavor que minha família revelasse meu apelido”, lembra o músico.
Outra vez, foi nos anos 1980, quando lançou o primeiro compacto simples - já em carreira solo - e foi obrigado pela gravadora Polygram a assinar o trabalho como Luiz Maurício. “Eles alegaram que Lulu não era um nome conveniente para um artista”, conta. Foi um tiro no pé. Afinal, àquela época, o músico era conhecido por ‘Lulu dos Santos’, principalmente por ter feito parte da banda Vímana e produzido trilhas sonoras de novelas. Sem aquela referência, seu projeto passou batido.
Ele, então, pegou de volta o Lulu, apelido que ganhou da avó e com o qual se reconhece desde pequeno, e não o largou mais. E quem o chama de Luiz Maurício hoje em dia? “Eu mesmo (risos)”, brinca. “Luiz Maurício é o que faz besteira, que esqueceu a carteira, que se atrasou. Ele leva a culpa.”
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E Luiz Maurício volta a aparecer, agora no título de seu novo disco de inéditas, o 25.º da carreira - e desta vez, não foi por imposição de qualquer espécie.
Afinal, Luiz e Lulu são uma pessoa só, e essa coexistência faz com que esse novo trabalho tenha tons biográficos mais acentuados do que normalmente aparecem em sua obra.
Não só pela autorreferência no título e em uma das faixas, que ganhou ainda versão remix, como na fotografia que ilustra a capa do álbum: dele, com 5 anos, ao lado da mãe Vera, em frente à Casa Branca, em Washington, Estados Unidos, quando o clã Santos viveu na América. E a mãe dá um pito imaginário no filho pequeno: Luiz Maurício! Segundo o cantor, um gracejo do projeto gráfico que não se confirmou na cena real. “A capa é uma lembrança de que é necessário andar na linha às vezes. Quando se chama pelo nome completo, você já sabe.”
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