Crítica

'Feriado Sangrento' é o slasher que os fãs do gênero pediam

Longa comprova que ainda é possível criar escopos originais, em uma Hollywood com falta de criatividade

Gabriel Fernandes

Publicado em 18/12/2023 às 16:10

Atualizado em 18/12/2023 às 16:14

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Nell Verlaque em cena do filme 'Feriado Sangrento' / Sony Pictures/Divulgação

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Muitos não se lembram, mas "Thanksgiving" (agora traduzido como "Feriado Sangrento") vem sendo pensado pelo cineasta Eli Roth ("O Albergue") desde 2007, quando ele foi realizado como um falso trailer no projeto Grindhouse (que continha os filmes "Planeta Terror" e "A Prova de Morte", sendo exibidos nos cinemas em sequência, por um único ingresso).

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Depois de conseguir o sinal verde da própria Sony Pictures, ele não só conseguiu exercer um slasher (longa de terror cuja premissa é um serial-killer mascarado, onde os personagens passam o enredo todo fugindo do próprio) que homenageia o gênero desde os títulos mais raízes como "Sexta-Feira 13" e "Pânico", como também desenvolve a sua própria imagem ao abrir o leque para uma divertida possível franquia (inclusive a sequência já foi confirmada).  

Após um terrível acidente durante a Black Friday de uma loja de departamentos, que resultou em algumas pessoas feridas e mortas, o cenário envolto ao Dia de Ação de Graças nunca mais foi o mesmo para Jessica (Nell Verlaque) e seus amigos. Exatamente um ano depois do ocorrido, um misterioso serial-killer com a máscara do peregrino John Carver, começa uma série de assassinatos brutais com todos que estiveram envolvidos no fatídico ocorrido.

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Apesar de Eli Roth ser conhecido por trabalhar com o máximo de sangue possível em seus filmes, e não ligar muito para o desenvolvimento de seus personagens, aqui ele possui um estilo um pouco diferente. Desde os primeiros minutos, já notamos que seu foco será apresentar o quão ele consegue ser um ótimo diretor de cinema do gênero slasher.

A sequência envolvendo o massacre na loja de departamentos, não é só criativa, como nos coloca em um cenário caótico que remete a cenários reais do nosso dia a dia. Inclusive, só pegarmos como um exemplo recente a própria CCXP, onde as pessoas praticamente brigavam por conta de uma selfie com alguma celebridade.
Por conta deste caos, à medida que começamos a entender a motivação do serial, passamos a se questionar "será que ele está certo ou errado?" (algo que não vemos em franquias como "Halloween" e "O Massacre da Serra Elétrica", por exemplo). Sim, realmente há uma pauta de vingança neste cenário e não algo do tipo "matar por matar".

Conforme ele avança em sua chacina, somos apresentados não somente a simples cenas de facadas, mas torturas, dilacerações e outras coisas do gênero que farão quaisquer pessoas que sejam sensíveis, não conseguirem chegar ao desfecho do longa (justificando sua censura de 18 anos). É impossível não se contorcer e desviar os olhares na cadeira, em algumas cenas (e isso torna a experiência ainda mais divertida), tanto que recomendo não ver este filme depois do almoço ou jantar.

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Embora o roteiro assinado por Eli Roth e Jeff Rendell não procure modelar nenhum dos protagonistas, a única artimanha que ele usa para conseguir ter certa "proximidade" do público com aquele cenário, é ter colocado o ator Patrick Dempsey (que já participou de "Pânico 3" e ainda o cogitam para “Pânico 7”) como o Xerife Eric Newlon. Ele só funciona, pois realmente o personagem não exige muito de uma carga dramática, mas sim sua presença nos momentos certos.

Agora, o texto realmente não prepara Nell Verlaque para virar uma nova “scream queen” (em tradução literal “rainha do grito”, cujo termo é usado para referenciar grandes protagonistas das produções de terror) como Jamie Lee Curtis ou Neve Campbell (protagonistas de "Halloween" e "Pânico", respectivamente).

"Feriado Sangrento" encerra com chave de ouro, um dos melhores anos para o cinema de horror e mostra que este gênero ainda possui vários cenários para serem explorados.
 

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