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Cinquenta anos depois da ditadura militar, ex-presos narram o drama que sofreram na prisão dentro da embarcação Raul Soares, que serviu como presídio político durante a ditatura no Porto de Santos. Essa é a história do “Nau Insensata”, novo documentário produzido pela Querô Filmes, que começa a ser gravado a partir dessa semana (22 a 25 de maio), em Santos. O curta tem direção de Cristiano Sidotti e traz pela primeira vez um tema inédito para o audiovisual, já que os únicos registros sobre a ditadura falam a partir de 70, quando o movimento estudantil começou a ganhar mais força.
O caso do navio-prisão "Raul Soares" aconteceu logo no primeiro ano do golpe militar, em 1964, no Porto de Santos. O documentário se utiliza de arquivos em vídeo, fotos, sons e recursos gráficos para reconstruir o ambiente vivido neste período político brasileiro.
A trilha sonora também tem seu papel importante no clima denso do filme, que irá contar com relatos de luta e resistência de personagens ligados ao tema. Entre eles, estão Lídia Maria Melo, filha de um ex-preso político e autora do livro “Raul Soares – Um navio tatuado em nós”. O ex-preso político e professor universitário da USP (Universidade de São Paulo) Boris Vargaftig e ex-sindicalistas também farão parte do curta.
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Um documentário de linguagem comunicativa e reflexiva, sem a figura de um locutor, a história é contada conforme os depoimentos dos personagens. “O mar, o estuário, as embarcações e todo o universo portuário estará presente no curta, que busca não só servir como um documentário histórico, mas uma obra que dê voz às pessoas que vivenciaram esse período de golpe militar aqui na cidade de Santos”, conta Cristiano, diretor do documentário.
As gravações começam na quinta-feira (22/05) e seguem até domingo (25/05). Depois da captação de imagens, o documentário entra na sua fase de edição e finalização. A Querô Filmes foi fundada em 2007 por jovens capacitados nas Oficinas Querô e tornou-se, em 2010, a primeira produtora social do País.
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