Cultura

Críticas sociais marcam enredos das agremiações do Rio

Este ano as Escolas contam com o menor orçamento público e o maior privado da história

Rafaella Martinez

Publicado em 29/01/2018 às 13:16

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Com o menor orçamento público e o maior privado da história, boa parte das ­escolas de samba do Rio de Janeiro apostou em enredos com forte teor de crítica ­social / Divulgação

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Com o menor orçamento público e o maior privado da história, boa parte das ­escolas de samba do Rio de Janeiro apostou em enredos com forte teor de crítica ­social.

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Com o samba ‘Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu’, a Beija-Flor vai criticar a desconfiança e a falta de respeito e de amor a tudo que é diferente. A crítica social, político e religiosa faz um paralelo entre a situação vivida pelo país atualmente e a história de Frankenstein, obra de Mary Shelley, que completa de 200 anos em 2018.

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“Meu canto é resistência/No ecoar de um tambor/Vêm ver brilhar/ Mais um menino que você abandonou” são alguns dos versos da canção.

O centenário de Abelardo Barbosa, o eterno Chacrinha, é o tema da Grande Rio. O enredo será ‘Vai para o trono ou não vai?’. Os carnavalescos irão relembrar os figurinos coloridos e espalhafatosos do mestre da televisão, que teria completado 100 anos em 2017.

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‘Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco’ é o samba da Mangueira. O nome é inspirado na frase da marchinha “Eu brinco”, de 1944 e faz uma crítica bem humorada à crise econômica e ao corte de verba por parte da prefeitura do Rio para a maior ­festa popular do Brasil. A ideia da escola ­também é resgatar as origens do ­Carnaval.  

“Chegou a hora de mudar /Erguer a bandeira do samba/Vem a luz à consciência/Que ilumina a resistência dessa gente bamba/Pergunte aos seus ancestrais/Dos antigos carnavais, nossa raça costumeira/Outrora marginalizado já usei cetim barato/Pra desfilar na Mangueira” são alguns dos versos.

A Imperatriz Leopoldinense entra na Sapucaí com o enredo ‘Uma noite real no Museu Nacional’ e quer proporcionar ao público uma viagem pelo palácio que foi morada de reis e rainhas e depois e que hoje abre suas portas para a ciência.

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A rota da seda é o tema da Império Serrano. “ O império do samba na rota da China”, propõe uma viagem pela cultura, pelo universo de tradições, heranças e invenções e pelos mistérios da China ­milenar.

A Mocidade Independente de Padre Miguel traz como tema "Namastê... A essência que habita em mim saúda a que existe em você" com a proposta de promover um verdadeiro casamento entre Brasil e Índia.
“De repente de lá pra cá e dirrepente de cá pra lá…” da Portela vai contar a saga de imigrantes em busca de liberdade e paz. O objetivo é passar uma mensagem humanitária contra a discriminação, a perseguição religiosa e à intolerância à diversidade dos povos.

A escravidão é o tema central do samba da Paraíso do Tuiuti. “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?” vai falar sobre os 130 anos da assinatura da Lei Áurea com um olhar crítico. A escola também vai mostrar como foi a escravidão no norte da África.

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“Meu Deus! Meu Deus!/Se eu chorar não leve a mal/Pela luz do candeeiro/Liberte o cativeiro social”, são alguns dos versos do samba-enredo.

Com o enredo “Senhoras do ventre do mundo” a Salgueiro vai destacar a importância e a força da mulher negra. A escola vai celebrar grandes personalidades femininas como Rainha de Sabá, deusas egípcias, Hypátia de Alexandria, a primeira cientista mulher da Antiguidade, até as matriarcas negras brasileiras.

A São Clemente também vai prestar uma homenagem a outra instituição bicentenária: a Escola de Belas Artes com o enredo ‘Academicamente popular’.

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Uma das últimas a anunciar o enredo para 2018, a União da Ilha do Governador, entra na Sapucaí com o enredo “Brasil bom de boca”, que vai convidar todos para um banquete sobre a culinária nacional, nascida da miscigenação do povo.

Com o enredo “Corra que o futuro vem aí”, A Vila Isabel pretende mostrar tudo o que foi criado pelo homem e que contribuiu para os avanços da sociedade. Albert Einstein, Santos Dumont, Graham Bell, Thomas Edson serão lembrados.

Já a Unidos da Tijuca vai prestar uma homenagem a Miguel Fallabela com o enredo “Um coração urbano: Miguel, o arcanjo das artes, saúde o povo e pede passagem”. Além de ter desfilado várias vezes, inclusive na Unidos da Tijuca, Falabella foi carnavalesco por quatro anos no Império da Tijuca – de 1993 a 1996.

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Ordem dos desfiles

DOMINGO (11)

IMPÉRIO SERRANO
SÃO CLEMENTE
UNIDOS DE VILA ISABEL
PARAÍSO DO TUIUTI
ACADÊMICOS DO GRANDE RIO
MANGUEIRA
MOCIDADE

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SEGUNDA-FEIRA (12)

UNIDOS DA TIJUCA
PORTELA
UNIÃO DA ILHA
SALGUEIRO
IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE
BEIJA-FLOR DE NILÓPOLIS

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