'Querer ser famoso', apesar de ter encerrado a sua participação no BBB, rendeu à Luciano um grande número de seguidores e, até mesmo, uma parceria com a rede de fast food McDonalds / Globo
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A edição de 2022 do Big Brother Brasil começou e, instantaneamente, todos os olhos se voltaram para os participantes da casa 'mais vigiada do Brasil'. Um deles, Luciano Estevan, chamou atenção ainda nos primeiros momentos do jogo por repetir constantemente que seu maior sonho era ser famoso. A atitude repetitiva não agradou o público, que tirou Luciano do programa no primeiro paredão.
'Querer ser famoso', apesar de ter encerrado a sua participação no BBB, rendeu à Luciano um grande número de seguidores e, até mesmo, uma parceria com a rede de fast food McDonalds. Porém, para o neurocientista, PhD, biólogo e mestre em psicanálise, Dr. Fabiano de Abreu, a insistência em querer fama pode indicar um transtorno de personalidade comum à sociedade brasileira relacionado à ansiedade e a cultura das redes sociais. "Somos o país mais ansioso do mundo pois somos um dos mais violentos e agora somado às circunstâncias da pandemia. A ansiedade, como pendência e parte do instinto de sobrevivência, está relacionada a fatores de risco, buscando mapas mentais com memórias negativas para nos tirar de situações de risco", explica o neurocientista.
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De acordo com ele, a ansiedade intrínseca à sociedade brasileira também pode se relacionar ao excesso de uso de redes sociais, visto que, as redes sociais, por meio de ferramentas como likes e compartilhamentos, acabam por promover a ativação do sistema de recompensa do cérebro que acarreta em um aparente alívio da atmosfera negativa causada pela ansiedade. "De forma instintiva, a mesma ansiedade pede a liberação de dopamina para buscar um "linear" de equilíbrio que o tire da zona de 'perigo' e traga boas sensações. A questão é que o organismo tende a buscar mais as boas sensações já que este linear não é absoluto, ou seja, não há uma homeostase permanente e sim uma oscilação de sensações em busca do linear ou de ultrapassá-lo, o que gera um ciclo vicioso", pontua.
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É nesse contexto que se encaixa a fala de Luciano, pois a combinação entre ansiedade e redes sociais acaba por formatar uma cultura onde os transtornos de personalidade narcisista e histriônica se tornam mais comuns. "A sensação narcísica é uma busca por recompensa. Pensar ter razão, por exemplo, é uma maneira de ser recompensado liberando neurotransmissores como a dopamina, pela satisfação da própria razão, mesmo que abstrata", pontua.
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