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Amante do gênero de terror, Fernandes encontrou fatos que transformaram a pesquisa em algo extremamente rico, como uma escola que antes funcionava como uma espécie de abatedouro
Raphael explica que o projeto surgiu de uma maneira completamente inesperada / Divulgação
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Conhecida nacionalmente como cenário de diversos produtos da cultura pop, a cidade de Santos agora chega também como cenário de aventuras na história em quadrinhos ‘Cálculo Renal’. Criada pelo escritor Raphael Fernandes, o autor concedeu entrevista à Reportagem do Diário na última sexta-feira (15) e explicou os bastidores e as nuances acerca da obra.
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Com base no famoso gênero horror cósmico, a arte da obra é composta por desenhos em preto, branco e verde distribuídos em 32 páginas e conta com o desenhista Danilo Dias e o capista Daniel Canedo, além do roteiro do próprio Raphael Fernandes. ‘Cálculo Renal’ se passa no final da década de 80, quando dois policiais descem da Capital Paulista para investigar o desaparecimento de um parente de um deles.
Raphael explica que o projeto surgiu de uma maneira completamente inesperada e aleatória durante uma campanha de RPG de mesa.
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“Eu tinha criado um personagem para jogar numa mesa, ele tinha uma pedra no rim que dava poderes de sexto sentido para ele. Eu tinha meio que combinado com a pessoa que estava mestrando que eu ia fazer algumas previsões inúteis na história que iam ter que acontecer para criar o efeito no jogo. A gente estava jogando o Chamado de Cthulhu”, explicou.
A necessidade de criar uma nova história em quadrinhos para a CCXP de 2024 fez com que ele criasse o roteiro em apenas três dias. Além disso, toda a arte foi feita em dez dias, enquanto a capa foi elaborada em quatro dias. Todo o material foi impresso no total de uma semana.
“É nosso recorde de produção, ainda mais um roteiro tão complexo e com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo”.
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SANTOS.
Dentro da grande maioria das histórias que produziu, Raphael utiliza na grande maioria como cenário lugares e cidades que já visitou.
A ambientação surgiu através do fascínio pelo centro histórico do município e a inspiração nos crimes da mala, no qual dois autores distintos tiraram a ideia de despachar os restos das vítimas pelo Porto de Santos.
“Eu pensei que a história deveria ser justamente sobre esse delegado, que é fictício e inspirado em diversos delegados reais da cidade, e aí eu fui pesquisando lugares importantes através da história deles”.
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Amante do gênero de terror, Fernandes encontrou fatos que transformaram a pesquisa em algo extremamente rico, como uma escola que antes funcionava como uma espécie de abatedouro.
Somado a isto, o artista colocou no enredo pontos turísticos famosos e restaurantes icônicos, como o Bar do Carioca, localizado na Praça Visconde de Mauá.
Olhando para o seu próprio trabalho, ele explica que o Porto de Santos teve um peso enorme para a escolha da estância balneária por conta de toda a sua importância e sua rica história. Outro aspecto importante foi a presença de construções antigas no Centro da cidade.
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“Ele é muito bonito e interessante, para o clima de terror, mistério e misticismo , passa a sensação de você está fora do tempo. Isso é muito legal”, disse.
VIDA DO ARTISTA.
A presença dos quadrinhos na vida de Raphael Fernandes é algo que ele carrega consigo desde sua infância. No entanto, ele atua como profissional desde 2005, quando se tornou assistente das publicações da Marvel e DC editadas pela Panini Brasil.
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Ele também foi responsável pela edição da publicação da Revista MAD Brasil durante a sua fase na editora italiana em solo nacional.
Oriundo da periferia de São Mateus, São Paulo, o artista se orgulha em dizer que sempre teve jornada dupla em nome da arte. “Os quadrinhos se tornaram uma linguagem onde eu consigo expressar ideias, sentimentos e criar narrativas que eu acredito que causam algum efeito nas pessoas. É a linguagem que mais gosto de trabalhar”.
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