Crítica

Cineasta de 'Bela Vingança', coloca em 'Saltburn' uma sátira do comportamento humano

Favorito em várias categorias do Oscar 2024, longa se destaca pela atuação de Barry Keoghan

Gabriel Fernandes

Publicado em 26/12/2023 às 19:03

Atualizado em 26/12/2023 às 20:45

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Filme já está disponível na plataforma do Amazon Prime Video / MGM/Prime Video/Divulgação

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Depois de "Bela Vingança" ter chamado atenção de vários cinéfilos e ter dado para Emerald Fennell o Oscar de roteiro original em 2021, os holofotes ficaram sobre ela e muitos se questionaram qual seria seu próximo projeto. Em uma pegada mais ácida e satírica, em relação ao seu filme anterior, "Saltburn" é um título que gosta de enganar o espectador, e para isso nos coloca os mais alegóricos e interessantes personagens em sua trama. Sim, ela acertou novamente e vai ser indicada na categoria de roteiro original, no Oscar de 2024.  

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A história gira em torno do tímido estudante universitário Oliver Quick (Barry Keoghan), que após fazer amizade com o descolado Felix Catton (Jacob Elordi), acaba sendo convidado por ele para passar um tempo em sua mansão familiar.

No local, ele repara que os seus parentes não só vivem na alta sociedade, como possuem um tratamento inusitado com outras pessoas que também estão "morando de favor" no local.  

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Em seus primeiros 30 minutos, Fennell parece que irá entregar mais um longa com a temática LGBTQQICAAPF2K+ (se assemelhando até com o recente "Me Chame Pelo Seu Nome"). Porém, quando Oliver começa a conviver na mansão da família Catton, a pegada começa a mudar totalmente (referenciando o clássico "Teorema", de Pier Paolo Pasolini). Confesso que mais detalhes sobre essa parte, em diante, podem estragar a sua experiência por completo (por isso, vou continuar me abstendo de potenciais spoilers).

Chega a ser nítido mais uma vez que o próprio Keoghan está totalmente focado neste projeto e entrega mais uma ótima atuação e será questão de tempo, para ele levar seu primeiro Oscar (inclusive ele será indicado merecidamente, por este papel). Nós sentimos seus medos, vergonhas, desejos e paixões, apenas com o trabalho dos olhares. Sim, é o show dele.

Embora o longa tenha nomes fortes e conhecidos como Richard E. Grant, Rosamund Pike e Carey Mulligan (em uma breve participação), Keogran consegue captar facilmente a atenção do espectador. Enquanto seu contra ponto, Jacob Elordi só funciona para ser o "rostinho bonito do filme" (apesar dele já ter apresentado ótimas atuações em "Euphoria").

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Outros recursos bem chamativos na produção são sua fotografia (que mescla tons fortes de azul e vermelho, para representarem os sentimentos transpostos em determinados arcos), design de produção, figurino e direção de arte. Todas essas categorias provavelmente serão indicadas ao Oscar deste ano.

"Saltburn" é uma crônica caótica, reflexiva, maluca e que coloca Barry Keoghan como um dos principais nomes para termos atenção nos próximos anos.
 

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