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Inaugurada em 1888 no centro de São Paulo, a Casa Godinho foi declarada patrimônio cultural imaterial da cidade. A resolução do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental de São Paulo (Conpresp), publicada nesta quinta-feira (24) no Diário Oficial da Cidade, leva em conta que o estabelecimento "ainda mantém o sistema de atendimento ao cliente no balcão, direto e pessoal, característico dos antigos empórios de secos e molhados".
É a primeira decisão do Conpresp que torna patrimônio da cidade um bem imaterial. Na fila para ganhar o mesmo status da Casa Godinho estão o sotaque da Mooca e o Derby Paulistano, cujos pedidos para se tornarem bens imateriais seguem sob análise do órgão municipal.
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As prateleiras de imbuia do século 19 e o clima de armazém tornam a Casa Godinho um lugar único. Quem deixa a movimentada calçada da Rua Líbero Badaró e entra na mercearia, instalada desde 1924 no térreo do Edifício Sampaio Moreira, parece mudar de época. Tudo ali é retrô. Balconistas acompanham clientes da escolha dos produtos ao pagamento, como no comércio antigo. Balanças de prata são usadas para pesar castanhas e frutas secas
São essas características de armazém que agora precisam ser preservadas, independentemente de o proprietário do local mudar. O pedido para que o comércio se tornasse bem imaterial foi feito no ano passado pela pesquisadora Fatima Martin Rodrigues Ferreira Antunes, da Universidade de São Paulo (USP). O imóvel onde fica a mercearia também está em processo de tombamento desde 2009 - o Edifício Sampaio Moreira, com 13 andares, foi um dos primeiros arranha-céus da capital.
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Dono da Casa Godinho há 19 anos, Miguel Romano, de 54 anos, diz nunca ter nem pensado em mudar o atendimento e o visual de empório do século 19. "Mesmo após a informatização da casa, resolvemos manter as prateleiras antigas, o atendimento direto no balcão. Essa é a graça do lugar. Hoje, em qualquer supermercado dá para comprar os produtos importados que nós temos".