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Um dos principais nomes do rap brasileiro da atualidade, o cantor e compositor Criolo se apresentou na noite desta quarta-feira (1° de maio) no Sesc Santos. Mais de 3 mil pessoas compareceram ao show do rapper paulistano, que apresentou o seu mais recente trabalho, o álbum Nó na orelha, lançado em 2011. Com mais de 20 anos de carreira, Criolo cantou sucessos como Bogotá e Não Existe Amor em SP.
Durante o show, Criolo convidou a cantora Preta Rara, que representou o grupo santista Tarja-Preta, formado em 2006, e cantou ao lado do rapper as músicas Filha de Dandara, do próprio Tarja-Preta, Cerol e Vasilhame, de Criolo, e empolgou o público. Preta Rara ainda foi convidada para permanecer no palco pelo resto do show.
Emocionada, a vocalista conta que já dividiu o palco com Criolo em outras oportunidades, mas que nunca havia cantado com o rapper. “Foi sensacional, já dividimos palco em São Paulo por diversas vezes. Porém nunca ocorreu de cantarmos juntos a mesma música, em uma única sinfonia. E aconteceu hoje, logo aqui na minha cidade, sem ensaio, sem se programar, de uma forma super natural”.
Preta Rara completa dizendo que a apresentação desta quarta-feira foi um marco na história do grupo. “Esse dia já marcou na história do Tarja-Preta, valeu todas as lutas, as caminhadas as idas à São Paulo só com o dinheiro da passagem, fiz todo o esforço e repetiria tudo de novo sem nenhum problema”.
A cantora conta que conheceu Criolo em 2006, durante uma apresentação em São Vicente, no projeto Escola da Família, onde o grupo foi convidado para cantar no evento. “Eu não sabia que ele iria cantar lá. Nessa época eu já escutava a música dele, pois sempre fui muito ligada e antenada no rap nacional, e o reconheci e fui falar com ele. O Tarja-Preta cantou e ele curtiu muito”, afirma.
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A parceria entre o Tarja-Preta e o rapper paulistano começou a partir deste encontro. Em 2010, o grupo santista foi convidado por Criolo para participar do evento Rinha dos MCS.
“Começamos a nos encontrar nos eventos de rap em São Paulo e daí surgiu essa troca de energia (ele que chama assim). Até que em 2010 fomos convidadas para um evento Rinha dos MCS. Lá o Tarja-Preta começou a ser mais respeitado por todos os lugares que passamos. As pessoas que nos apresentavam, já chamavam a gente de afilhadas do Criolo”, conta Preta Rara.
Ainda sem acreditar no que aconteceu, a cantora encerra afirmando a apresentação de Criolo no Sesc Santos foi um marco na história do rap da região.
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“O que aconteceu ontem (quarta-feira) foi um marco na história do rap da Baixada Santista. Foi para mostrar a todos os presentes que o rap ainda vive aqui na Baixada graças as pessoas que nunca deixaram ele morrer. Vivemos uma ascensão no rap nacional, que eu não sei até aonde vai durar, mas ficou bem claro para galera que estava presente que temos vários representantes aqui na região. Tanto do rap como da música africana”.
Falta de espaço
Acostumada com o reconhecimento do Tarja-Preta na Capital Paulista, a cantora afirma que falta espaço em Santos para que novos artistas se apresentem. “Falta espaço para todas essas pessoas da região mostrar a sua cultura. Tínhamos o Bar do Torto onde a galera do Futuráfrica difundia a cultura negra, mas infelizmente fecharam esse único espaço que nos dava oportunidade”.
Segundo Preta Rara, devido a falta de espaço na Baixada Santista, artistas da região são obrigados a seguir rumo à outras cidades do Estado.
“O que acaba acontecendo, é que os artistas da região acabam migrando para outras cidades. Eu fico muito triste de estar cantando rap há 7 anos e pouquíssimas pessoas daqui conhecerem o meu trabalho. Em São Paulo as pessoas do segmento Hip Hop, conhecem a gente nos acompanham, querem trocar ideia, tirar fotos, enfim, todo artista gosta de ser reconhecido pelo o seu trabalho”.
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