Cultura

Ataque de fúria de Fofão traumatizou integrante da banda Balão Mágico

Máquina de hits da década de 1980, o Balão Mágico tem sua história revisitada em "A Superfantástica História do Balão", que estreia nesta quarta-feira (12), no Star+

Da Reportagem

Publicado em 12/07/2023 às 10:45

Atualizado em 12/07/2023 às 11:33

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Em três episódios, Simony, Tob, Mike e Jairzinho se reencontram para recontar a história do grupo em depoimentos ora fofos e emocionantes / Reprodução

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Máquina de hits da década de 1980, o Balão Mágico tem sua história revisitada em "A Superfantástica História do Balão", que estreia nesta quarta-feira (12), no Star+. Em três episódios, Simony, Tob, Mike e Jairzinho se reencontram para recontar a história do grupo em depoimentos ora fofos e emocionantes, ora sincerões, numa lavação de roupa suja que, no entanto, não resvala para a baixaria em momento algum.

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Quando estão juntos em uma sala, os quatro integrantes são contidos e falam de assuntos mais genéricos, como os shows e as turnês lotadas, o sucesso daquele tempo que ficou para trás. Na hora dos depoimentos individuais, a espontaneidade e a sinceridade falam mais alto e o clima é outro.

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Já na abertura do primeiro episódio, Mike, por exemplo, conta que em todo grupo de amigos "sempre tem aquele que é o dedo do meio". O mesmo trecho foi incluído no trailer, fora de contexto. "Não foi direcionado a ninguém, mas é como na vida de todos: sempre tem o 'dedo do meio', que mesmo a gente não querendo, sempre 'vai te foder'", diz ele, em entrevista por telefone à reportagem "Não é nada direcionado a nenhum integrante do Balão, até porque cada um foi para um lado depois."

Mike, 49, cujo nome invariavelmente vem acompanhado do aposto "filho de Ronald Biggs, cúmplice de roubo lendário na Inglaterra", também entrega outras declarações surpreendentes ao longo do documentário. Em uma delas, confessa que tinha inveja de Tob e Simony.

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"Sentia inveja da potência vocal. Queria ser um cantor tão bom quanto eles, mas eles precisavam de alguém que falasse bem em público na época, por isso que entrei", recorda ele, hoje compositor. O ex-ídolo mirim também toca trompete e percussão.

À reportagem, Tob, 52, garante que nunca percebeu o olho grande de Mike: "Se ele tinha inveja, não percebia. A gente brincava muito no palco em todos os momentos. Como éramos um grupo, cada um com suas qualidades, eu não percebi isso."

SIMONY E TRAUMA COM FOFÃO

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Em outro trecho de "A Superfantástica História do Balão", Tob e Mike falam sobre o momento em que parentes de Simony passaram a fazer parte da equipe técnica da banda. "A gente não ganhava o mesmo e passava a sensação de que não era bem dividido o dinheiro", afirma Tob. A assessoria de Simony não falou sobre este assunto nem respondeu a nenhuma das quatro perguntas enviadas pela reportagem.

Bullying, o trabalho árduo durante a infância e as disputas internas são outros assuntos abordados na série. Simony, por exemplo, revela que sofria com as mudanças frequentes de escola. Ela só se sentiu à vontade em um colégio "pequeno e com poucos alunos". Mike, então, era vítima constante de bullying. "Virei o viadinho do Balão (risos)", diz ele, em um trecho.

No final do segundo episódio, os músicos falam também sobre as mudanças drásticas no Balão no final de 1985, as alterações de formação e o medo do surgimento de Xuxa. A loira, com seu "Xou da Xuxa", substituiu o programa da banda na Globo. "Medo de perder o posto para ela", diz Simony.

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Tob tem ótimas lembranças daquela época mas um dia em especial o marcou negativamente para sempre. Durante uma gravação com o boneco Fofão, ele errou algumas vezes a sua fala, irritando Orival Pessini, o intérprete do boneco. O ator ficou estressado, rasgou a máscara e saiu berrando do estúdio. Para quem foi criança nos anos 1980, a cena é um pesadelo de grandes proporções.

Fofão, é bom lembrar, foi alvo de fake news quando este termo ainda nem existia. Uma lenda urbana dava conta que o boneco bochechudo, na calada da noite, saía correndo atrás de crianças e as matava, degolando-as com um punhal. Isso alguns anos antes de Chucky, de 'O Brinquedo Assassino' (1988) ser lançado.

Assustado, Tob chorou, chorou e chorou mais um pouco. Ficou o trauma.

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"Hoje eu diria para ele [Pessini morreu em 2016] que tivesse mais paciência. Não foi nada proposital. Eu era só uma criança", finaliza Tob, apaziguador.
 

Folhapress

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