Longa é estrelado por Jason Momoa e Patrick Wilson / Warner Bros Pictures/Divulgação
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Depois que James Gunn e Peter Safran anunciaram que a antiga DC seria totalmente descartada, e que a maioria dos atores seriam trocados e os arcos refeitos, títulos como “Shazam! Fúria dos Deuses”, “Flash” e “Besouro Azul” (embora o próprio Gunn já tenha confirmado que o personagem será aproveitado futuramente) fracassaram em seus lançamentos cinematográficos. “Aquaman 2: O Reino Perdido” é o último filme da antiga DC e encerra o arco que foi idealizado por Zack Snyder em 2013, com “O Homem de Aço”.
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Com vários problemas nos bastidores, que vão desde a compra da Warner Bros por David Zaslav, a polêmica do julgamento de Amber Heard com seu ex-marido Johnny Depp (que resultou em uma redução drástica de sua personagem no enredo), interferências constantes do Walter Hamada (antigo chefão da DC, na Warner) que resultaram em várias regravações (também solicitadas pelo próprio Zaslav) e o fator “este filme não vai render em nada, em um futuro universo da DC nos cinemas” (devido a tradição que ela e a Marvel criaram, em colocar os filmes/séries dependendo de outras produções para completar o seu arco).
Após ter se tornado Rei de Atlanta e assumido a paternidade, Arthur Curry (Jason Momoa) está cada vez mais cansado de sua vida corrida e monótona. Porém, após ele descobrir uma ameaça que poderá destruir totalmente seu reino, ele percebe que terá de contar com a ajuda de seu irmão Orm (Patrick Wilson) para conseguir combater esta ameaça. Ao mesmo tempo, Manta Negra (Yahya Abdul-Mateen II) continua seu plano de vingança para Arthur e sua família, depois dele ter assassinado seu Pai.
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O prólogo deste filme parece ser feito no seguinte esquema: James Wan falou para Jason Momoa “seja você mesmo, vamos gravar e tomar uma cerveja depois”, nesta hora o intérprete de Aquaman estava ouvindo a música “Born to Be Wild” da banda Steppenwolf, e Wan complementa, “essa música é sua cara! Vamos ficar tocando durante essas cenas!”. Piadinhas simples, bobinhas e que remetem ao jeito do próprio ator, antes do título aparecer oficialmente na tela.
Mas como eles sabiam que tinham de entregar algo mais concreto, chamaram o roteirista do primeiro David Leslie Johnson-McGoldrick, e exerceram uma trama que claramente foi um remendo constante de várias e várias coisas que não poderiam ir mais além (por conta das interferências do estúdio).
Porém, isso acaba prejudicando a experiência cinematográfica de quem procura algo para passar o tempo e não pensar muito? Claro que não! Temos aqui uma espécie de filmes policiais de comédia dos anos 80/90 (que nos rendeu clássicos como “48 Horas”), pois a química e timing entre Momoa e Wilson é gigantesco (uma vez que eles eram inimigos no primeiro e agora atuam juntos). Mas ainda faltou uma pitada mais ácida no humor deles às vezes (tendo em vista que trata-se de irmãos não muito chegados), uma vez que se resumiram nas opções “baratas” (e digo isso no literal).
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E chega a ser engraçado que a participação de Amber Heard se resumiu a algo totalmente robótico, uma vez que ela não só aparece pouco, como também possui no máximo quatro linhas de diálogos. Se tivessem colocado uma estátua em seu lugar, não teria feito diferença. Para efeito de comparação, Nicole Kidman (que vive a mãe de Arthur e Ohm, Atlanna) tem um tempo de tela um pouco maior, mas há mais diálogos e relevância.
Isso porque ainda não entrei no mérito do vilão vivido por Yahya Abdul-Mateen II, que é totalmente genérico e não apresenta nenhuma grande ameaça que um “erro de roteiro” o ajude a ser um vilão plausível, como o fato de sempre deixarem um personagem importante, sob domínio do mais fraco a maior parte do filme.
“Aquaman 2: O Reino Perdido” consegue ser um breve entretenimento e se supera em relação aos últimos filmes de heróis lançados recentemente. Esquecível, mas divertido. (GF)
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