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Muito respeito merece o Black Sabbath pelo que se ouve no disco "13", o primeiro com o line-up original - Ozzy, Tony Iommi e Geezer Butler - em mais de 30 anos.
Desde 2011, quando anunciaram turnê e novo álbum, "Iommi", o lendário guitarrista do grupo, vem lutando contra um linfoma. O grupo abdicou de shows e gravações com o baterista Bill Ward por causa de uma disputa judicial, e transcendeu até a notícia - para o desespero dos fãs - de que tocaria com Brad Wilk, baterista do Rage Against the Machine e do Audioslave. Os obstáculos parecem ter unido os veteranos do Sabbath, que passa pelo Brasil nos dias 9, 11 e 13 de outubro (o show em São Paulo está esgotado).
O resultado rendeu um disco sólido, que chegou nesta quarta-feira ao primeiro lugar da Billboard (a primeira vez na história da banda), e tem momentos dramáticos e peso despretensioso. Ecoa a escuridão arrastada com que a banda entrou para história ao ditar os parâmetros do heavy metal em seus trabalhos dos anos 1970. A idade e os excessos cometidos pelos músicos em outros tempos parecem estar a favor do aspecto enrugado do som. Ozzy e cia. são dinossauros do metal, mas poderiam ser múmias ou zumbis, pela lentidão mórbida com que conseguem imbuir uma faixa. Transformam a própria velhice em devaneios decrépitos e contagiantes, raramente alcançados por bandas novas.
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Cinco das oito faixas de 13 passam da marca dos sete minutos. Sugerem, em partes, o drone metal, mas isto é apenas um lado do Black Sabbath. Em "God Is Dead?", Ozzy consegue colocar terror em letras que outros sexagenários jamais executariam com tal contundência. "De dentro da minha tumba, eu surjo da escuridão. Agora o meu corpo é o meu templo", canta. O que transparece no som da voz são dramas de consciência de um cantor que ainda tem recaídas com o vício em drogas, uma oscilação justificada pela fúria sombria que ainda conseguem alcançar juntos no estúdio.