Polêmica
Adrilles comentava o caso do podcaster Monark, desligado do Flow Podcast depois de defender a existência de um partido nazista no Brasil, quando levantou o braço e posicionou sua mão em movimento similar ao "Sieg Heil", saudação usada por Adolf Hitler
O ex-apresentador afirma que, "se as pessoas assistissem" ao programa "Opinião", veriam que ele passou "meia hora atacando o nazismo" / Reprodução
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O Sindicato das Advogadas e Advogados de São Paulo acionou o Ministério Público de São Paulo solicitando a abertura de inquérito contra o ex-BBB e ex-comentarista da Jovem Pan Adrilles Jorge, demitido após ter feito uma suposta saudação nazista.
O episódio, que ocorreu na noite de terça-feira (8) durante o programa "Opinião", foi transmitido ao vivo pelo canal de TV Jovem Pan News.
Adrilles comentava o caso do podcaster Monark, desligado do Flow Podcast depois de defender a existência de um partido nazista no Brasil, quando levantou o braço e posicionou sua mão em movimento similar ao "Sieg Heil", saudação usada por Adolf Hitler. Ele nega qualquer alusão ao gesto e diz que apenas deu tchau.
Em ofício à Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público, o Sasp afirma que atos como esse devem ser combatidos, "por menos perigosos que possam parecer".
O presidente do sindicato, Fábio Gaspar, e o coordenador de direitos humanos do Sasp, Pedro Martinez, pedem ainda que a Jovem Pan seja investigada junto ao ex-comentarista.
"Não é possível que concessões públicas de rádio e televisão sejam palco de condutas incompatíveis com a Constituição Federal e Tratados Internacionais dos quais o Brasil é signatário, promovendo discriminação e atacando direitos fundamentais", afirmam no documento.
Ao anunciar a demissão de Adrilles, a emissora disse que repudia qualquer manifestação em defesa do nazismo e suas ideias. "Somos veementemente contra a perseguição a qualquer grupo por questões étnicas, religiosas, raciais ou sexuais", afirmou em nota.
À coluna, Adrilles Jorge afirmou nesta quarta-feira (9) que está "muito magoado" com a Jovem Pan e diz ter sofrido assédio moral. Segundo Adrilles, o dono da emissora, Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha, telefonou depois do programa e o destratou.
"Ele disse: 'É surreal o que você fez, uma saudação nazista. Você fez uma merda, uma imbecilidade'. Me chamou de imbecil, me assediou moralmente", afirma o ex-apresentador. "Acho que ele não tinha tomado o Rivotril [remédio usado para tratar distúrbios de ansiedade] dele direito."
Adrilles seguiu: "Eu disse a ele que dei apenas um tchau. Ele falou que a Jovem Pan ia perder patrocínio, anunciantes. Comunicou que eu estava suspenso."
Depois que o telefonema foi encerrado, no entanto, Adrilles soube que na verdade estava demitido.
"Fui demitido por quê? Por que dei um tchau? Ou porque ele [Tutinha] não aguentou a pressão da turba, dos canceladores? Ele cedeu à grana, aos influenciadores, à turba sedenta de sangue."
O ex-apresentador afirma que, "se as pessoas assistissem" ao programa "Opinião", veriam que ele passou "meia hora atacando o nazismo" e criticando as declarações de Monark no Flow Podcast.
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