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Testamos o Honda HR-V Touring; confira as conclusões

Conectividade e tecnologias de assistência ao motorista são os destaques da versão Touring do Honda HR-V, que luta para recuperar o protagonismo entre os SUVs compactos

Luiz Humberto Monteiro Pereira - AutoMotrix

Publicado em 31/12/2023 às 17:44

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O motor da versão Touring é o 1.5 DI Vtec Turbo Flex / Luiza Kreitlon/AutoMotrix

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O Honda HR-V foi lançado no Brasil em 2015, em sua segunda geração. Tornou-se um sucesso instantâneo e liderou o mercado brasileiro de utilitários esportivos até 2017, quando começou a perder espaço para a concorrência da Jeep, com o compacto Renegade e o médio Compass. A partir daí, surgiram vários modelos no segmento de compactos e o HR-V viu seus percentuais de venda caírem progressivamente chegou a ficar fora do portfólio da Honda do Brasil no primeiro semestre de 2022. No final do ano passado, finalmente foi lançada no mercado brasileiro a terceira geração do modelo, como linha 2023. Além de uma carroceria mais moderna e encorpada, que tenta beliscar também uma fatia dos compradores das versões de entrada dos SUVs médios, um dos focos da evolução do HR-V foi a segurança e a tecnologia. No ano-modelo 2024, que chegou sem alterações em relação ao anterior, a versão mais equipada continua a ser a Touring, movida pelo motor 1.5 DI Vtex Turbo Flex. O preço sugerido do HR-V Touring 2024 é R$ 195.800 na cor sólida Branco Tafetá (a do modelo testado). Há um acréscimo de R$ 2 mil para as cores metálicas (Prata Platinum, Azul Cósmico e Cinza Basalto) e as perolizadas (Preto Cristal, Cinza Grafeno e Vermelho Mercúrio) e de R$ 2.300 na cor especial Branco Topázio.

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As medidas do utilitário esportivo compacto produzido na cidade paulista de Itirapina estão próximas dos SUVs médios, como o Compass, o Toyota Corolla Cross e o Volkswagen Taos. A terceira geração do HR-V tem 4,34 metros de comprimento, 1,79 de largura, 1,60 de altura e 2,61 de entre-eixos essa última medida é igual à da geração anterior. No design um tanto minimalista, fica evidente a preocupação da Honda em dar mais musculatura ao HR-V, de modo que ele pareça um modelo de categoria superior. A dianteira é alta e proeminente e, na traseira, o acréscimo de um filete de leds que liga as lanternas aumenta a sensação de amplitude. A Touring tem duplo escapamento, que reforça o aspecto de esportividade.

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O motor da versão Touring é o 1.5 DI Vtec Turbo Flex - Fotos: Luiza Kreitlon/AutoMotrix
O motor da versão Touring é o 1.5 DI Vtec Turbo Flex - Fotos: Luiza Kreitlon/AutoMotrix

A linha HR-V tem quatro configurações e duas motorizações. As EX e EXL são equipadas com o 1.5 DI i-VTEC Flex aspirado, enquanto as Advance e Touring trazem o 1.5 DI Vtec Turbo Flex. Para todas, o câmbio é o CVT com 7 marchas simuladas. No 1.5 DI Vtec Turbo Flex, com 177 cavalos de potência e 24,5 kgfm de torque, um dos destaques é o sistema de alta pressão da injeção direta, que assegura partidas a frio eficientes mesmo com o tanque cheio de etanol. 

Desde a variante inicial EX, o HR-V já traz faróis full-led, botão de partida (Start/stop Engine), modos de  condução "Normal" e "Econ", rodas de alumínio aro 17 polegadas, ar-condicionado automático com dupla saída na traseira, duas portas USB para os passageiros do banco de trás, central multimídia de 8 polegadas "touchscreen" com Android Auto e Apple Car Play sem fio, painel digital de TFT de alta resolução de 4,2 polegadas, Magic Seat (que permite rebater bancos e aumentar o espaço para carga), bancos revestidos em tecido, seis airbags, controle de descida em rampa, assistente para redução de ponto cego, câmera de ré, rebatimento elétrico dos retrovisores externos, freio de estacionamento eletrônico com função Brake Hold e alerta de pressão dos pneus (TPMS). A intermediária EXL acrescenta bancos revestidos em couro, destravamento da porta por aproximação da chave, espelho eletrocrômico, faróis de neblina em leds, volante revestido em couro com "paddles shifts", apoio de braço central no banco traseiro, rodas de alumínio aro 17 polegadas, tweeters dianteiros e sensores de estacionamento traseiros. 

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Mas são as versões com motor turbo que concentram os equipamentos mais requintados: carregador de celular por indução, painel digital de TFT de alta resolução de 7 polegadas, ar-condicionado automático dual zone, modos de condução "Econ", "Normal" e "Sport", para-choques esportivos, ponteira dupla de escapamento, função Tilt-Down no retrovisor direito e sensores de estacionamento dianteiros e de chuva. Em relação à Advance, que custa menos R$ 9.200, a "top" Touring incorpora banco do motorista com acionamento elétrico, partida remota do motor, rodas de alumínio aro 17 polegadas com design exclusivo, abertura automática do porta-malas por sensor de movimento com função de fechamento com Hands Free, molduras externas em black piano, lanternas escurecidas e dois tweeters traseiros.

O SUV da Honda recebe em todas as versões o pacote Sensing, presente no City e no Civic, que oferece recursos como alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência, piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa com correção, centralizador de faixa e comutação automática do farol alto. Uma exclusividade da Advance e da Touring é o My Honda Connect, a plataforma de conectividade da marca. Traz informação e controle do veículo e conecta o motorista ao seu carro, via aplicativo no smartphone.

Experiência a bordo
Espaço familiar

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As versões Advance e Touring do HR-V com carroceria nas cores Branco Topázio, Cinza Basalto, Azul Cósmico e Cinza Grafeno têm revestimento de couro cinza claro. O aspecto é elegante e, embora os plásticos rígidos predominem, há revestimentos na versão Touring que reforçam o aspecto elegante. O espaço interno é muito bom para o segmento de SUVs compactos e se aproxima do padrão dos médios. Dá para viajar com cinco pessoas a bordo sem problemas. O porta-malas, contudo, leva somente 354 litros. A modularidade dos bancos, que o marketing da Honda chama de Magic Seat, foi herdada do City e do aposentado Fit e permite levar objetos de grandes dimensões, rebatendo os bancos traseiros. 

O cluster parcialmente digital é igual ao do City, assim como a central multimídia, com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. A interface não é das mais intuitivas e a câmera de ré gera imagens um tanto distorcidas, que dificultam a percepção correta das distâncias. Já o sistema My Honda Connect, que conecta o carro a um aplicativo, é bem eficiente e possibilita obter um monitoramento completo do veículo, além de executar funções remotas. 

Impressões ao dirigir
Dinamicamente instigante

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O motor 1.5 turboflex de 177 cavalos e 24,5 kgfm do HR-V Touring permite aceleração de zero a 100 km/h em 8,9 segundos e leva o SUV compacto da Honda à velocidade máxima de 200 km/h. Tais números já deixam claro o dinamismo do modelo. Além de um motor bem dimensionado, a engenharia da marca japonesa implementou ajustes mais firmes na suspensão, que conferiram ao SUV agilidade e dirigibilidade acima da média para a categoria. O acerto é bem equilibrado, capaz de absorver imperfeições da pista, mas sem comprometer a estabilidade nas curvas. Dinamicamente, o HR-V Touring entrega mais do que o suficiente para o típico cliente de SUVs compactos e chega a se aproximar, em alguns aspectos, dos utilitários esportivos médios mais vendidos do país. O câmbio, um CVT que simula 7 marchas, não reforça tanto no aspecto da esportividade, mas certamente contribui na economia de combustível. Segundo o Inmetro, o consumo de combustível fica em 7,9 km/l na cidade e em 8,8 km/l na estrada com etanol e em 11,3 km/l na cidade e em 12,6 km/l na estrada com gasolina.

Especialmente em sua versão "top" Touring, o HR-V cumpre a proposta da Honda de ser uma das opções mais completas do segmento de SUVs compactos em termos de segurança e tecnologia. Sistemas como o alerta de colisão frontal, a frenagem automática de emergência e o centralizador de faixa são bastante eficientes e facilitam a vida do motorista. Contudo, o modelo poderia ser aprimorado se tivesse itens como alerta de ponto cego, leitor de placas de trânsito ou assistente de estacionamento, disponíveis no concorrente Renegade S. A função do sensor de ponto cego é parcialmente atendida no HR-V pelo Lane Watch, uma câmera posicionada na lateral direita do carro e que exibe no multimídia imagens dessa posição, quando a seta para a direita é acionada ou se o motorista apertar um botão próximo ao volante. Todavia, um inconveniente do sistema é que a imagem da câmera traseira toma toda a tela da central multimídia e apaga o acesso ao mapa do GPS, mesmo depois da seta não estar mais acionada. Para quem dirige em caminhos desconhecidos, tal "intrusão" pode ser um tanto inconveniente. Uma alternativa mais interessante seria que a tela do GPS passasse a aparecer em tamanho menor com a entrada do Lane Watch, retomando a dimensão normal com o fim do acionamento da seta.

Apesar do preço um tanto elevado, o HR-V Touring é competitivo no segmento de SUVs compactos mais completos e cumpre a tarefa de atrair a atenção do público dos médios. Porém, um novo "concorrente" acaba de chegar nas próprias vitrines da Honda: há dois meses, foi lançado no Brasil o ZR-V, SUV de porte médio importado do México que parte de R$ 214.500. 

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Ficha Técnica
Honda HR-V Touring

Motor: 1.5 DI Vtec Turbo Flex com injeção direta de combustível
Potência: 177 cavalos a 6 mil rpm com etanol ou gasolina
Torque: 24,5 kgfm a 4.500 rpm com etanol ou gasolina
Câmbio: CVT com 7 marchas simuladas e modo manual com "paddles shifts" no volante
Tração: dianteira
Direção: com assistência elétrica progressiva
Suspensão: dianteira tipo MacPherson e traseira tipo eixo de torção, ambas com rodas tipo semi-independente e molas helicoidais
Carroceria: SUV compacto com quatro portas e cinco lugares
Dimensões: 4,34 m de comprimento, 1,79 de largura, 1,60 de altura e 2,61 de entre-eixos
Peso: 1.279 quilos
Tanque: 51 litros
Porta-malas: 437 litros
Freios: discos nas quatro rodas, ventilados na frente e sólidos atrás
Rodas e pneus: liga leve - aro 17" - 215/60R17 96H
Preço: R$ 195.800 na cor sólida Branco Tafetá (a do modelo testado) 

Leia esta matéria também na Gazeta de S. Paulo

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