Automotor

Testamos a picape Volkswagen Amarok; veja as conclusões

A picape Volkswagen Amarok cumpre sua última etapa antes da renovação e a versão inicial Comfortline é a que mais investe na competitividade

Martín Echaide e Santiago Di Pardo, do "Minuto Motor", da Argentina Especial para AutoMotrix

Publicado em 29/10/2023 às 10:16

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O motor 3.0 turbodiesel V6 desenvolve 258 cavalos e um torque de 59,1 kgfm de 1.450 a 3.200 rpm / Divulgação

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A Volkswagen Amarok completou 14 anos no mercado sul-americano. A picape média produzida desde 2010 na fábrica de General Pacheco, na Argentina, passa pela última etapa antes de receber uma necessária reformulação. Apesar dos sinais de um projeto antigo serem indisfarçáveis, o utilitário da marca alemã – comercializado atualmente no Brasil apenas em versões com motor V6 3.0 turbodiesel com 258 cavalos de potência – reúne qualidades que a qualificam como uma ferramenta para o trabalho ou um veículo confortável para o dia a dia, com desempenho sólido em qualquer tipo de terreno. 

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Um dos “efeitos colaterais” da passagem do tempo para um produto automotivo é quando o preço começa a se tornar mais competitivo. No site da Volkswagen brasileira, a versão inicial Comfortline da Amarok está com um desconto de 25%, válido até 31 de outubro – de R$ 298.420 por R$ 223.823. Outro sintoma de que um projeto está se tornando antigo é a redução gradativa nas vendas. No ranking brasileiro, a Amarok ocupa este ano uma modesta sexta posição entre as picapes médias mais comercializadas, com 5.615 unidades emplacadas de janeiro a setembro. Além da líder Toyota Hilux (34.053 emplacamentos), é superada por Chevrolet S10 (19.424), Ford Ranger (13.173), Mitsubishi L200 Triton (8.484) e Nissan Frontier (6.030).

O motor 3.0 turbodiesel V6 desenvolve 258 cavalos e um torque de 59,1 kgfm de 1.450 a 3.200 rpm - Fotos: Divulgação
O motor 3.0 turbodiesel V6 desenvolve 258 cavalos e um torque de 59,1 kgfm de 1.450 a 3.200 rpm - Fotos: Divulgação

A versão Comfortline da Amarok é a mais básica da linha, com acabamentos em preto, barra tradicional e faróis halógenos (em vez de bixenon). Esteticamente, essa variante é mais parecida com os modelos 2.0 TDI de 180 cavalos, que deixaram de ser comercializados no Brasil no início de 2022 – eram movidas pelo motor a diesel de quatro cilindros EA189 que foi personagem central no chamado “Dieselgate”, em que várias montadoras acabaram sendo processadas por fraudes de dados divulgados por elas quanto às emissões. Freios a disco nas quatro rodas com ABS e ABS off-road, correias inerciais, bloqueio mecânico do diferencial, ganchos Isofix, controle de estabilidade (ESP) e retrovisores elétricos são de série na configuração Comfortline.

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Resguardada pelo prestígio inabalado do moderno motor V6, a Comfortline carece de elementos sofisticados na cabine, embora o seu design interno – apesar de datado – ainda alcance um equilíbrio entre o rústico e o elegante. O modelo conta com instrumentação com display colorido com efeito 3D, estofamento em tecido (Kemisu), computador de bordo, climatização semi-automática e console central com multimídia com tela de 6,3 polegadas com Bluetooth e espelhamento para Apple CarPlay e Android Auto. (com AutoMotrix)

Impressões ao dirigir
Disposição de sobra

Buenos Aires/Argentina – Com seu poderoso motor V6, o melhor lugar para a Amarok é a estrada. O 3.0 V6 turbodiesel desenvolve 258 cavalos de potência, torque de 59,1 kgfm de 1.450 a 3.200 rpm e trabalha associado a uma transmissão automática de 8 marchas – sem “paddles shifters” no volante, que as demais versões têm. Se, apesar dos dados robustos de torque e potência, eventualmente faltar força, a picape conta com a função Overboost, que acrescenta 14 cavalos durante dez segundos na faixa de 50 km/h a 140 km/h, totalizando 272 cavalos nesse intervalo. 

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Com a atualização no V6, a Amarok reduziu a aceleração até os 100 km/h de oito para 7,4 segundos, enquanto a velocidade máxima aumentou em 10 km/h, chegando aos 205 km/h. Durante o teste, o consumo na estrada, na velocidade média de 105 km/h, foi de bons 12,8 km/l. Quando a velocidade subia para os 130 km/h, os números de consumo batiam em 10,4 km/l, enquanto no off-road o consumo chegou aos 7,7 km/h. Quando o pé direito é usado com sabedoria, o consumo da Amarok Comfortline não ofende demais o bolso do motorista. Se o interior é justamente criticado por ter ficado para trás, o motor ainda é um dos melhores do segmento. O exuberante V6 entrega farta doses de potência, aceleração e agilidade. A picape da Volkswagen encara eventuais obstáculos sem vacilação e permite ultrapassagens seguras e confiáveis nas estradas. 

A segurança da Amarok Comfortline está em conformidade com a concorrência, mas falta a assistência à condução, comum em projetos mais recentes. Esperava-se ainda que a versão pudesse ter um sistema de infoentretenimento mais contemporâneo – o VW Play dos modelos mais recentes da marca alemã daria um apelo a mais para os aficionados pela picape. A qualidade dos materiais no habitáculo também poderia ser melhorada, mas está preservado o espaço habitual, com capacidade para cinco pessoas e uma das melhores posições de dirigir do segmento, com ajustes manuais tanto do volante quanto dos bancos. Contudo, a longevidade do interior da Amarok faz com que pareça “atrasada” em relação às concorrentes. É por isso que uma atualização se faz necessária.

 Leia esta matéria também na Gazeta de S. Paulo.

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