Tecnologia
Especialista e utilizadores de equipamentos recomendam atenção se a prótese pode ser usada em ambiente aquático, por quanto tempo e se é preciso algo suporte técnico
O paratleta e a instrutora de mergulho utilizam próteses produzidas pela Ottobock, empresa alemã com atuação no Brasil e que também desenvolve equipamentos de mobilidade para uso em ambientes aquáticos / Divulgação
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A folia para muitos é tempo de praia, piscina ou cachoeira, não só no carnaval, mas em outros feriados e nas férias. É o caso da instrutora de mergulho Mariana Hagemann Martello, 29 anos, e do paratleta Pauê Aagaard, 41. Além de terem em comum a paixão pela profissão, também curtem ambientes aquáticos, mas com um detalhe: os dois sofreram acidentes que os levaram a cirurgias de amputação de membros inferiores. Como consequência, precisam usar próteses para realizar atividades diárias, inclusive trabalhar e se divertir nas águas, na época de verão. Para isso, ambos precisam de equipamentos resistentes à água, além de manutenção e cuidados necessários para manter suas próteses em pleno funcionamento, seja antes ou depois do uso em ambiente aquático.
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Mariana e Pauê fazem parte de um grupo de 18,6 milhões de brasileiros que têm alguma deficiência, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada em julho de 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Uma parte dessa população precisa usar equipamentos para melhoria da mobilidade, como é o caso do paratleta e da instrutora de mergulho. Isso torna necessário o desenvolvimento de equipamentos resistentes à água, tanto para situações de lazer quanto de trabalho.
Mariana sofreu um acidente em uma embarcação enquanto trabalhava em Fernando de Noronha, em fevereiro de 2020, e teve parte da perna esquerda amputada. A cirurgia foi transfemural, ou seja, o corte para a retirada do membro aconteceu na altura da coxa.
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“Voltei a mergulhar quatro meses depois do acidente, e me senti confiante para voltar a trabalhar na temporada de verão seguinte”, comenta. Agora, contudo, ela conta com as próteses que a ajudam a caminhar e nadar.
“A prótese que eu uso é toda à prova d’água – tem que ser. Hoje em dia eu não trabalho só como instrutora de mergulho nem estou todos os dias no mar, mas caminho na praia quase todos os dias, ando de caiaque direto e sempre que posso estou mergulhando. Meus componentes foram escolhidos para isso”, afirma.
No caso de Pauê, a amputação foi trantibial (entre os pés e os joelhos) e aconteceu nos dois membros inferiores, após ele ser atingido, no ano 2000, por uma locomotiva em uma linha férrea em São Vicente. Com isso, precisa usar próteses nas duas pernas.
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Ele, que foi considerado o primeiro surfista bi amputado do mundo no início dos anos 2000, também já competiu no Triathlon e conquistou o tetracampeonato internacional da modalidade, nos anos de 2002, 2003, 2006 e 2007. Sobre o uso de próteses na água, ele afirma que quanto mais componentes para garantir a durabilidade, melhor para os utilizadores.
“Para quem precisa usar equipamentos em ambientes aquáticos, poder ficar horas se necessário e não ter intercorrências é fundamental”, explica.
Para cada componente, uma especificação
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O paratleta e a instrutora de mergulho utilizam próteses produzidas pela Ottobock, empresa alemã com atuação no Brasil e que também desenvolve equipamentos de mobilidade para uso em ambientes aquáticos.
O diretor de Academy da empresa na América Latina, Thomas Pfleghar, aponta a importância do cuidado com o uso dos equipamentos após entrar em ambientes aquáticos.
“Como cada componente possui sua característica específica e cuidados necessários, recomenda-se estar atento se a prótese pode ou não ser utilizada na água e por quanto tempo, além da limpeza do equipamento. Por isso, é importante observar questões como manutenção para que os utilizadores possam ter o suporte necessário para algum acompanhamento”.
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