Continua depois da publicidade
Portuários e Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) não chegam a um acordo em mais uma rodada de negociação do acordo coletivo da categoria, realizada ontem à tarde.
Nos últimos dias, para pressionar a Codesp, a categoria anunciou que fará greve no próximo dia 29. A companhia, por sua vez, apresentou nova proposta para o Acordo Coletivo de dois anos, sendo de 1º junho/2015 a 31maio/2017: reajuste salarial e demais cláusulas econômicas de 8% a partir de 1º de junho de 2015 e de 7% a partir de 1º de junho de 2016; além de manutenção das demais cláusulas do acordo anterior.
Continua depois da publicidade
O presidente do Sindaport (Sindicato dos Empregados na Administração Portuária), Everandy Cirino dos Santos, lembrou que nas duas primeiras reuniões, a Codesp ofereceu 5% de aumento salarial e não reconheceu a data-base, que é 1º de junho. Já na terceira reunião, que aconteceu nesta semana, após a decretação de greve, a empresa melhorou a questão salarial, mas não ofereceu nada oficialmente.
“Nas reuniões anteriores, realizadas nos dias 9, 12 e 17 deste mês, a companhia não garantiu nem reconheceu a data-base da categoria, com a alegação de confiar que o acordo seria assinado ainda durante este mês. Já sobre o índice oferecido ser abaixo da inflação, a Codesp alegou ser uma determinação do Governo Federal por meio do DEST (Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais), o que prontamente os sindicatos discordaram e rechaçaram”, lembrou Cirino.
Continua depois da publicidade
Contudo, o Sindaport informou à Codesp e aos demais sindicatos, durante a reunião de ontem, que não abrirá mão da manutenção integral do atual Acordo Coletivo de Trabalho. E também do reajuste dos salários com base no índice oficial de inflação, podendo ser até o que o DEST vem praticando nas negociações dos acordos coletivos, ou seja, INPC que foi 8,37%.
O líder sindical ressaltou ainda, no encontro, que participará, na próxima semana, em Brasília, de reunião com representantes dos sindicatos dos demais portos do País e com a Federação Nacional dos Portuários. “A greve geral, em todos os portos, não está descartada”, afirmou Cirino. O sindicalista também vai se reunir com representantes da Secretaria Especial de Portos.
Assembleia no dia 25 de junho
Continua depois da publicidade
“Informamos à Codesp que a assembleia com a categoria no dia 25 de junho está mantida, bem como o restante do calendário aprovado pelos trabalhadores. Acreditamos que a Codesp tem condições de melhorar o índice salarial, pois a diferença é pequena e a empresa pode chegar ao que a categoria almeja, ou seja, o IPCA praticado pelo Governo. Até porque, a diretoria da Codesp vem falando que tem confiança no fechamento do Acordo Coletivo ainda neste mês de junho. Acreditamos que a companhia não quer trazer prejuízos para a comunidade portuária por causa de um índice tão pequeno. Afinal, é melhor concluir a negociação sem uma paralisação no porto”, avaliou o líder sindical.
A assembleia com os portuários está marcada para a próxima quinta-feira, às 20h, no Sindaport, para homologação da greve por tempo indeterminado que terá início às 6 horas do dia 29, segunda-feira.
Contraproposta
Continua depois da publicidade
Após a apresentação da proposta pela Codesp, o Sindaport expôs uma contraproposta para avaliação da empresa. O sindicato aguarda que a Codesp dê uma resposta até o dia 25, antes da assembleia.
A categoria propõe salários e demais cláusulas econômicas corrigidas a partir de 1º de junho pela aplicação do IPCA de 8,37%, incidente sobre os valores de 31/05/2015. Já na data- base de 1º/06/2016, os salários e demais cláusulas devem ser corrigidas em 7%. Os portuários reivindicam ainda que a partir de 01/06/2015 seja antecipado 50%, ou seja, 3,5% referente ao índice de correção salarial de 7%, a ser aplicado a partir de 1º/06/2016; ou na hipótese da inflação do IPCA na data-base de 1º/06/2016 ser superior ao percentual de 7%, o percentual que exceder será objeto também de negociação para a data-base de 1º/06/2017.
“Entendemos o momento difícil e delicado pelo qual passa o Brasil e o Governo Federal e, por isso, estamos dispostos a defender a proposta da Codesp junto à categoria. Mas como não vamos avançar em novas conquistas, não abrimos mão da manutenção do atual acordo coletivo com o índice de inflação”.
Continua depois da publicidade