Continua depois da publicidade
Estudos da Confederação Brasileira de Aposentados (Cobap) mostram as perdas da categoria desde 1994. Em meio a verdadeiro turbilhão que se transformou a previdência social nos últimos dias, e prevendo mais cortes no setor, os aposentados estão preocupados em garantir o pagamento de seus benefícios e também com a crescente perda.
Os estudos encomendados pela Cobap mostram que os aposentados e pensionistas do INSS, que, mais uma vez, não terão aumento real em 2016, vão acumular perdas de 84,77% nos benefícios acima do salário mínimo.
O governo já anunciou a previsão de aumento para o salário mínimo e de inflação para 2016. De acordo com a fórmula de reajuste dos benefícios, que considera a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes (0,1%), o teto dos benefícios deverá ser de R$ 5.114,73 a partir do próximo ano.
Enquanto os reajustes do salário mínimo e dos benefícios do INSS iguais ao piso deverão ser de 9,83%, a previsão da inflação é de 9,67% para 2016, e, uma vez que a presidente Dilma Rousseff vetou o reajuste dos aposentados que recebem acima do salário mínimo, as aposentadorias e pensões acima do mínimo continuarão a ter apenas o reajuste da inflação.
Continua depois da publicidade
A direção da COBAP diz que apesar de seus esforços e das demais entidades de aposentados do País, o Governo não cedeu e, com isso, mais uma vez os aposentados e pensionistas não terão aumento real.
As medidas significarão aumento das perdas salariais que vão totalizar 84,77% no período de setembro de 1994 (implantação da moeda Real) até janeiro de 2016.
Continua depois da publicidade
A entidade diz que nos próximos dias terá a complementação dos estudos que vão revelar quantos aposentados, que ganham acima do mínimo, serão rebaixados e nivelados ao salário mínimo em 2016.
O presidente da Cobap, Warley Martins não está poupando críticas ao Governo, que segundo ele, está usando os aposentados para cobrir o déficit da economia. E diz: “A previdência é superavitária”.
Novas aposentadorias estão sendo debatidas
Continua depois da publicidade
O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, disse ontem que a transição demográfica é um desafio à Previdência Social, visto que a população brasileira está envelhecendo e vivendo mais. Segundo o ministro, a situação exige a construção de um sistema capaz de garantir a arrecadação e o pagamento das aposentadorias e benefícios sociais no futuro. Este tema começou a ser debatido ontem em Brasília no Fórum Previdenciário.
Em 1980, disse Gabas, a expectativa de vida no Brasil era de 62 anos e meio, a população se concentrava na faixa de 19 anos, e 6,1% dos habitantes eram idosos.
Em 2010, a expectativa de vida atingiu 73 anos, e a expectativa de sobrevida, medida após os 50 anos de idade, era de 84 anos. A população já se concentra nos 29 anos de idade, e os idosos são 10% da população. Em 2030, eles serão 18% e, em 2060, um terço da população.
Continua depois da publicidade
Gabas explicou que o modelo previdenciário brasileiro é de repartição e solidário, o que significa que a geração que trabalha contribui para pagar as aposentadorias e pensões de quem já se aposentou.
Para que isso funcione bem, precisa haver uma quantidade grande de pessoas contribuindo. Hoje, essa relação é de nove pessoas trabalhando para três aposentadas. Em 2060, a proporção será de dois para três, explicou o ministro da Previdência.
Continua depois da publicidade