Sindical e Previdência

Papo com Sindicalista: Herbert Passos Filho, uma história que o tempo não pode apagar

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e diretor da Força Sindical na BS, diz que tem certas coisas que devem ser contadas e recontadas para nunca serem esquecidas

Publicado em 07/04/2014 às 10:46

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Hoje está fazendo 50 anos que o Sindicato dos Trabalhadores Químicos da Baixada Santista sofreu intervenção e foi fechado pela ditadura militar. Seu fundador, o líder sindical, Cláudio José Ribeiro, foi preso, torturado e dias depois trancafiado nos calabouços do navio-prisão Raul Soares.

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Herbert Passos Filho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e diretor da Força Sindical na Baixada Santista, diz que tem certas coisas que devem ser contadas e recontadas para nunca serem esquecidas.

“Nossa entidade sindical foi uma das que sofreu intervenção dos militares. Nosso líder sindical, Cláudio José Ribeiro, fundador e primeiro presidente do sindicato,  foi perseguido e preso. Na época, nosso sindicato tinha apenas cinco anos de existência”, relata  Herbert Passos.

Passos menciona que Cláudio ajudou também a fundar o Fórum Sindical de Debates, a primeira organização intersindical do Brasil. Foi ele quem liderou a greve histórica para a conquista do turno de seis horas, o adicional de turno e de periculosidade. “Foi preso, torturado junto com seus familiares, mas deixou-nos legado de luta, perseverança e dignidade. Exilado na União Soviética, ele voltou ao Brasil com a anistia e  participou de um mandato de diretoria, depois fundou o PPS em Santos, mas veio a falecer por estar alquebrado e doente.”, explica Passos.

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Herbert Passos Filho, presidente do Sindicato dos Químicos: “preço da liberdade é a eterna vigilância” (Foto: Matheus Tagé/DL)

“Ele nos deixou uma lição de vida, fidelidade e de amor ao próximo. Acreditando sempre que o direito coletivo é mais importante que o direito individual”, acrescenta o líder sindical dos químicos.

E menciona: “É esta memória que acredito ser nossa ponte para o futuro. O passado deve ser lembrado sempre para que os crimes não se repitam. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Aproveito esta oportuniadade neste papo com sindicalista para relembrar essa história triste que nos leva de volta ao tempo e nos remete ao ano de 1964”.

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Herbert Passos relata a necessidade dos trabalhadores participarem das manifestaações por melhores salários, condições de trabalho e aposentadorias dignas. “Na próxima quarta-feira, o sindicato e a Força Sindical estarão colocando ônibus à disposição dos trabalhadores para  a Marcha que será realizada em São Paulo”. 

Ele conclui mencionando que só a mobilização vai levar os trabalhadores a reverterem situações adversas como, por exemplo, o fim do fator previdenciário. E para isso, é preciso sair às ruas. E, uma manifestação em São Paulo, como a que vai ocorrer nesta quarta-feira, com promoção das centrais sindicais, tem maior repercussão do que as realizadas em Brasília, pois São Paulo é a capital do País”.

Perfil

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Herbert Passos Filho, 59 anos, nasceu em São Paulo e é do signo de escorpião. Casado, residente em Santos e pai de cinco filhos( 3 homens e 2 mulheres), torcedor do Santos FC e apaixonado por animais. É funcionário da Vale Fertilizantes, desde maio de 1973, na função de técnico de operação e tem vivido e respirado sindicalismo, desde 1988, quando deu os primeiros passos na vida sindical.   Além de presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e de Fertilizantes da Baixada Santista, exerce cargos de: Diretor Regional da Força Sindical São Paulo na Baixada Santista; 1º Vice-Presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias Químicas; Diretor Nacional de Meio Ambiente da Força Sindical; Secretario Nacional do Setor Químico da Força Sindical.

É também representante do Grupo de discussão do Plano Brasil Maior do Setor Químico Nacional. Atuou nas relações internacionais como observador em outros países, e participou de várias conferências internacionais do trabalho, em Genebra, Suiça. O pouco tempo que tem para o lazer, diz que é dedicado à família e ao descanso.

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