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Cerca de 10 mil trabalhadores das empreiteiras de Cubatão, decidiram ontem, em assembleia, prosseguir com a greve em busca de melhores salários. Categoria está em campanha salarial.
Os grevistas trabalham nas empreiteiras que prestam serviços às indústrias de Cubatão, com exceção da Usiminas. A categoria está em campanha salarial para a data-base de maio e rejeitou, em duas assembleias, uma pela manhã e outra à noite, a contraproposta das empreiteiras. Elas propuseram reajuste salarial conforme o INPC de 12 meses, correspondente a 5,62%, mais aumento real de 30% desse índice, ou seja, 1,68%, percentuais considerados irrisórios pelas assembleias.
Além da RPBC, estarão paralisadas empresas como Transpetro, Vale Fertilizantes e Bunge. A Usiminas não será afetada porque a data-base nas empreiteiras contratadas é em agosto.
Segunda vez
Vinte e um dias após o encerramento de uma greve de 11 dias, entre 3 e 14 de abril, os 4.800 empregados da empreiteira Tomé paralisaram de novo as atividades. A empresa, junto com algumas subempreiteiras, presta serviços à Refinaria Presidente Bernardes (RBPC), da Petrobras, onde ocorreu a paralisação do mês anterior.
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O principal motivo, agora, é o não pagamento de ajuda de custo para aluguel de alojamentos, onde dormem e descansam 60% desses trabalhadores. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos), Marcos Braz de Oliveira, Macaé, explica melhor o problema. Segundo ele, a maioria dos operários vem de outras cidades, estados e regiões do país, atraídos pela oportunidade de trabalho no polo industrial da Baixada Santista, principalmente na refinaria. Aqui chegando, eles são induzidos a assinar documentos dizendo que residem em Cubatão e são instalados em habitações coletivas no município e em outros da redondeza, como Guarujá e Praia Grande.
Os custos com a hospedagem e alimentação fora do horário de trabalho são, dessa forma, assumidos pelos trabalhadores, que reivindicam então a ajuda de custo. “Há anos essa história se repete”, explica o sindicalista. “Os companheiros assinam os papeis ludibriosos porque precisam trabalhar. A verdade é que as empresas e seus prepostos agem de má-fé”. Outro problema motivador da greve e o chamado desvio de função, que consiste na obrigatoriedade do trabalhador exercer tarefas para as quais não foi contratado, sem receber por elas.
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