Sindical e Previdência

Motoristas de carga de Santos e região fecham acordo de 9% em reajuste salarial

Em assembleia na manhã deste domingo, nas fotos de Paulo Passos, rodoviários aceitaram nova proposta patronal

Publicado em 19/07/2015 às 14:39

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Os mais de mil motoristas de dezenas de empresas de transportes de cargas secas e líquidas de Santos, baixada e região, com data-base em maio, encerraram sua campanha salarial na manhã deste domingo (19).

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Em assembleia no sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região (Sindrod), a categoria aceitou reajuste salarial de 9%, aplicado nas demais cláusulas econômicas.

Com validade de dois anos, o acordo garante o pagamento mensal extraordinário, correspondente a 60 horas, prevista no atual acordo, que as empresas estavam relutantes em renovar. O sindicato patronal das empresas de transporte comercial de carga (Sindisan) queria diminuir esse número de 60 horas para 40, com o que não concordaram os motoristas e a diretoria do Sindrod.

Nas recentes assembleias de 5 de julho e 28 de junho, os motoristas, mesmo não decretando ‘estado de greve’, mantiveram em evidência a disposição de paralisar as atividades.“Foi isso que fez as empresas recuarem na absurda proposta de retirar direitos adquiridos dos empregados”, diz o secretário-geral do sindicato, ‘Ferrugem’ Eronaldo José de Oliveira.

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A categoria aceitou reajuste salarial de 9%, aplicado nas demais cláusulas econômicas (Foto: Divulgação)

Embora tenha validade de dois anos, o acordo prevê que, na campanha salarial de 2016, as partes voltarão a negociar os valores salariais e demais cláusulas econômicas.

Dilma e Cunha

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Durante a assembleia, diretores do sindicato e oradores da plateia criticaram as condições de trabalho impostas pelas empresas e pela legislação específica dos rodoviários.

O presidente do sindicato, Valdir de Souza Pestana, por exemplo, não poupou a presidenta Dilma Rousseff (PT) e o presidente da câmara federal, Eduardo Cunha (PMDB). “Os dois”, disse ele, “são responsáveis por uma lei que, por atender os interesses do agronegócio, penaliza os motoristas e vem aumentando o número de mortes nas estradas”. O sindicalista refere-se à lei 13.103-2015, que permite quatro horas extras além da jornada diária de oito horas, “resultando em cansaço e mais acidentes nas estradas”. “Essa lei será um desastre total e seus efeitos, infelizmente, são sentidos não apenas pelos motoristas profissionais, mas também pelos demais usuários das estradas, avenidas e ruas do país”, adverte.

A nova lei altera a 12.619-2012, conhecida como ‘lei do descanso’. “Lamentavelmente, para a presidente Dilma e Eduardo Cunha, prevalece a opção pelo lucro e não pelo bem-estar do trabalhador”, diz o sindicalista.

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Risco

Ferrugem, por sua vez, lamenta que a lei considere horário de trabalho apenas o período em que o motorista dirige o veículo, mas não o tempo de espera para carga e descarga. “Além disso”, reclama o secretário do Sindrod, “Dilma vetou a aposentadoria especial aos rodoviários, mesmo se tratando de profissional que enfrenta diariamente condições de risco e insalubridade”.

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