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A queda do poder aqusitivo dos aposentados do INSS está cada vez mais acentuada. É o que mostra uma pesquisa feita pela Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social. Segundo os levantamentos, mais de 21 milhões de aposentados e pensionistas, de um total de 31,5 milhões, estão recebendo, atualmente, um salário mínimo (R$ 724).
O número equivale, segundo a associação, a 71,6% dos beneficiários. Em 2005, essa proporção era de 67,8%, com 16,3 milhões de segurados recebendo o piso nacional. Os dados fazem parte de um levantamento solicitado pelas entidades de aposentados do País, cujos líderes sindicais estão revoltados com o achatamento dos benefícios nos últimos anos.
De acordo com a pesquisa, a redução do poder de compra é decorrente, principalmente, da política de reajuste dos benefícios com valores acima do salário mínimo. O aumento desse grupo de segurados tem sido menor do que o do próprio salário mínimo, pelo menos, desde 1998.
Segundo o presidente da Confederação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Cobap), Warley Martins, projeções feitas pela entidade mostram que, até 2025, nove em cada dez aposentados do INSS estarão ganhando o piso: “Era melhor o desconto da Previdência de todo trabalhador ser referente a um salário mínimo, já que, no fim das contas, é isso que o governo quer pagar para todos”.
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Desde 1998, a perda acumulada de quem recebe acima do mínimo é de 77,6%, por conta dos reajustes inferiores ao do piso. Um aposentado de 76 anos que recebia cerca de três salários, em 2008, hoje, recebe o equivalente a um piso e meio. O achatamento o obrigou a cortar o plano de saúde e voltar a trabalhar.
Muita luta
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A luta dos aposentados em busca de aumento real e para recompor as perdas nos benefícios, não vai parar. A Cobap diz que nesta semana vai reiniciar a pressão nos parlamentares, em Brasília.
“Sem aumento real em suas aposentadorias, os inativos do INSS, estão cada vez mais perdendo seu poder de compra e acabam se endividando ainda mais quando são obrigados a recorrerem aos empréstimos consignados”, diz o presidente da entidade Warley Martins.
“A nossa luta não para e não pode parar, pois temos que reverter essa situação e sensibilizar o Governo sobre o problema”, conclui.
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Reajuste de 5,56% foi menor do que a inflação
O líder sindical dos aposentados diz que o recente reajuste de 5,56% causou espanto na categoria. Menciona que o governo concedeu o menor índice de reajuste dos últimos anos, tirando inclusive o direito ao reajuste real, ou seja, acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
“Pela primeira vez na história deste governo o índice de reajuste foi menor que a inflação, o que diminui ainda mais o poder de compra dos idosos em itens básicos para a sobrevivência, como alimentação e saúde”.
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Ele acrescenta que a luta dos aposentados tem sido dura, mas que não vem encontrando respaldo do Governo “O que nos deixa ainda mais decepcionados é que, em momento algum, nas inúmeras reuniões com representantes do governo ou Ministério da Previdência, fomos levados realmente a sério. Tivemos voz, debatemos, expusemos dados de estudos sérios que comprovam a possibilidade de um reajuste melhor, mas nunca realmente nos deram ouvidos ou tentaram fazer algo para melhorar a triste condição dos que recebem reajuste acima do mínimo”.
O líder dos aposentados diz que já apresentou estudos sobre as perdas da categoria, sobre também o custo maior de vida para os aposentados, e que tentará uma virada de mesa neste ano, que é ano eleitoral. “Infelizmente, o atual governo opta por destinar verba da Previdência para outros fins e bate na velha tecla do rombo, que já foi comprovadamente desmascarado através de estudos sérios, mas a mídia continua a reproduzir. Não há rombo na Previdência! O que há é um imenso descaso e má vontade do governo em fazer justiça e pagar para os aposentados o que lhes é de direito”, conclui o líder sindical dos aposentados.
Cadastro de senha
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O INSS prorrogou, até o dia 31 de dezembro deste ano, o prazo para os segurados que ainda não realizaram a renovação de senha/fé de vida nas agências bancárias possam fazê-lo. O cadastramento é realizado para dar mais segurança ao cidadão e ao estado brasileiro, evitando pagamento indevido de benefícios e casos de fraudes. Assim, o segurado que ainda não fez a renovação de senha deve procurar o banco onde recebe o benefício.