Sindical e Previdência

Maior parte dos brasileiros não planeja aposentadoria, diz pesquisa

Os dados são de pesquisa realizada com 662 entrevistados nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 05/08/2015 às 14:31

Compartilhe:

Compartilhe no WhatsApp Compartilhe no Facebook Compartilhe no Twitter Compartilhe por E-mail

Continua depois da publicidade

O brasileiro não planeja a aposentadoria. Segundo levantamento do SPC Brasil, 57% dos consumidores não se preparam financeiramente para essa fase. Desse universo, 17% pretendem depender do valor pago pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) na terceira idade. Os dados são de pesquisa realizada com 662 entrevistados nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.

Faça parte do grupo do Diário no WhatsApp e Telegram.
Mantenha-se bem informado.

Para Thiago Alvarez, sócio do site de finanças pessoais GuiaBolso, o resultado preocupa, principalmente no que diz respeito a quem pretende depender do INSS. Como o valor da aposentadoria geralmente é menor que o último salário, muitas pessoas podem ter dificuldade para manter o padrão de vida.

"Aí a única coisa que resta é cortar gastos. Ou essas pessoas correm o risco de encarar o endividamento", ressalta. Para evitar surpresas, o planejamento financeiro é fundamental. "É preciso ter uma reserva financeira separada da familiar. Se ficar no mesmo bolo, o consumidor pode ficar tentado a tirar o dinheiro do bolo para comprar um carro ou a gastar", afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Uma dica é colocar o dinheiro em aplicações nas quais seja mais difícil resgatar o montante, como o Tesouro Direto ou a previdência privada. Esses investimentos também são interessantes porque podem ter aportes programados. "Tem que ter disciplina. Juntar R$ 50 ao mês aos 20 anos faz uma grande diferença depois de 40 anos", ressalta Kawauti.

Continua depois da publicidade

No Tesouro Direto, é preciso tomar cuidado na escolha do título público. Como o foco é longo prazo, o investidor pode optar por um papel do tipo Tesouro IPCA mais juros semestrais, que paga uma taxa prefixada e a inflação. Há alternativas com vencimento até 2050.

57% dos consumidores não se preparam financeiramente para a aposentadoria (Foto: Matheus Tagé/DL)

Na previdência privada, as atenções devem se votar às taxas, que podem corroer até 30% dos ganhos. Quanto maior for o montante aplicado, menor deve ser a taxa cobrada.

Continua depois da publicidade

Renda variável

No início da fase de acumulação vale também ter investimentos em Bolsa, pois a chance de recuperar um eventual prejuízo no mercado acionário é maior.
No entanto, se o investidor estiver perto de se aposentar, deve deixar essa ideia de lado. "O mais lógico é ter investimentos em aplicações seguras e de alta liquidez. Se o investidor pegar a Bolsa em uma situação ruim, pode ter perdas e comprometer sua aposentadoria", afirma o consultor financeiro André Massaro.

A poupança, que no primeiro semestre do ano perdeu para a inflação -rendeu 3,7%, contra IPCA de 6,17%-, é recomendada apenas pela facilidade de acesso. No entanto, o ideal é deixar na caderneta apenas uma reserva de emergência. A maior parte do dinheiro deve ser aplicada em produtos mais rentáveis, como títulos públicos, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e LCIs ou LCAs (Letras de Crédito Imobiliário ou do Agronegócio).

Continua depois da publicidade

As LCI e LCA são títulos emitidos por instituições financeiras e que costumam remunerar um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro, taxa de juros nos empréstimos entre bancos). A vantagem desses produtos é a isenção de Imposto de Renda. No entanto, o dinheiro precisa ficar aplicado até o vencimento do título.

Mais lidas

Conteúdos Recomendados

©2024 Diário do Litoral. Todos os Direitos Reservados.

Software