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Há 50 anos, o sindicalismo forte e combativo de Santos, viveu o mais triste e sombrio capítulo de sua história. Naquela quarta-feira, dia 1º de abril de 1964, um dia após a implantação da ditadura militar no País, sindicalistas foram presos e os sindicatos de portuários fechados.
O Diário do Litoral, entrevistou, no final do ano passado, no Rio de Janeiro, o ex-capitão dos portos do Estado de São Paulo, Júlio de Sá Bierrembach, que também acumulava as funções de delegado do trabalho marítimo de Santos e que comandou as intervenções em 1964. Ele contou detalhes de como foram feitas as intervenções.
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A medida atingiu os seguintes sindicatos: Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão, Administração Portuária, Conferentes de Carga e Descarga do Porto de Santos, Sindicato dos Arrumadores e Ensacadores de Santos, São Vicente, Guarujá, Cubatão, Itanhaém e São Sebastião; Vigias Portuários, Sindicato Nacional dos Contramestres, Marinheiros, Moços e Remadores em Transportes Marítimos; Operários e Carpinteiros Navais, Sindicato dos Empregados nos Escritórios das Empresas de Navegação de Santos; Sindicato dos Pescadores de Santos,; Sindicato dos Carregadores e Transportadores de Bagagem do Porto de Santos; Sindicato d Operários Portuários, Sindicato Nacional dos Cabos, Foguistas e Carvoeiros da Marinha Mercante de Santos; Sindicato dos Consertadores de Carga e Descarga do Porto de Santos; Sindicato dos Motoristas e Condutores da Marinha Mercante de Santos; Sindicato dos Classificadores de Frutas no Porto de Santos; Sindicato dos Oficiais de Náutica da Marinha Mercante.
E mais: Delegacia dos Sindicato dos Práticos, Arrais e Mestres de Cabotagem do Rio de Janeiro, Estado de São Paulo e Santos; Delegacia do Sindicato Nacional dos Taifeiros, Culinários e Panificadores Marítimos; Caixa de Crédito da Pesca; Décimo Sexto Distrito de Portos e Vias Navegáveis; Representação da Comissão de Marinha Mercante de Santos e Entreposto de Pesca de Santos.
Bierrembach revelou ao DL que no dia 2 de abril, designou os interventores para cada sindicato, tendo sido escolhidos trabalhadores da própria categoria sob intervenção.
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Ele diz que no Sindicato dos Estivadores foi escolhido como interventor o estivador Manoel Cabeças, e que ele próprio esteve no sindicato da estiva para dar a posse a este interventor. Alega que as greves em Santos, no porto, paravam o País.
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