Sindical e Previdência

Greve de bancários prejudica aposentados

Categoria foi a mais prejudicada com a paralisação que começou ontem. Bancários são contra o abono oferecido pelos bancos porque ele não se incorpora aos salários da categoria

Publicado em 07/10/2015 às 12:05

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A greve dos bancários, deflagrada ontem na Baixada Santista, pegou de surpresa muitos aposentados que foram receber seus benefícios do INSS. Alguns desistiram e voltaram para casa, e outros se dirigiram aos caixas eletrônicos ou foram pagar contas nas casas lotéricas. Todos, entretanto, protestaram. Os mais exaltados falavam que quem deveria fazer greve eram os aposentados que estão sem aumento real há muitos anos. O pagamento de ontem, quarto dia últil do mês, era para aposentados e pensionistas com benefício de final quatro.

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No primeiro dia de greve,  os bancários paralisaram, segundo o Sindicato dos Bancários de Santos, 90% das agências de Santos e Cubatão; 70% em São Vicente, Guarujá e Praia Grande. Em Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Bertioga foram 50%.

Segundo ainda o sindicato, do total de 3.995 da categoria ativa na Baixada Santista, 3.135 cruzaram os braços. A proposta da Fenaban de 5,5% de reajuste (rejeitada pelos bancários) é quase metade da inflação acumulada de 9,88%, registrada no período de 1º de setembro de 2014 até 31 de agosto de 2015, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), índice adotado como parâmetro para o dissídio coletivo da categoria. 

Categoria parou ontem exingindo reajuste de 16%. Bancos oferecem 5,5% (Foto: Matheus Tagé/DL)

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Negociações

Após cinco rodadas de negociação, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 5,5% de reajuste aos bancários sobre os salários, a PLR e demais verbas de caráter salarial, mais abono de R$ 2,5 mil.

A proposta foi rejeitada na mesa de negociação pelo Comando Nacional dos Bancários.

Abono engana o trabalhador

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“Abono significa perder mais de 4% do salário. É pago somente uma vez e ainda com descontos do imposto de renda e do INSS, o que significa que será creditado cerca de R$ 1.800 para o bancário, que receba em média R$ 4 mil”, explicou o presidente do sindicato, Ricardo Saraiva, o Big.

E concluiu: “além de não incorporar no FGTS, na aposentadoria e no 13º salário. É uma chantagem, enganação que corrói os salários dos bancários. Por outro lado, os banqueiros cobram mais de 400% da população que precisa utilizar cartão de crédito. A categoria reivindica 16% de aumento salarial e maior distribuição dos lucros”.

Sem proposta, a greve prossegue hoje. No ano passado, a categoria parou por sete dias.

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Principais reivindicações da Campanha Salarial 2015

Remuneração - Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de perdas salariais); PLR: Três salários mais R$7.246,82 ; Piso do Dieese: R$3.299,66 (junho/2015); vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional) e melhores condições de trabalho com o fim das metas e o assédio moral.

Emprego - Fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate as terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas; plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários; auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

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