Sindical e Previdência
Sindicalistas reagem ao argumento do Governo de que CPMF será destinada à Previdência. Eles dizem que a luta para evitar prejuízos ao trabalhador vai ser no Congresso Nacional
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O argumento para a recriação de novo imposto ao estilo CPMF, anunciada pelo Governo, de que é para cobrir as despesas previdenciárias e manter o pagamento das aposentadorias, não está sendo aceito pelo movimento sindical, que promete se organizar para que o imposto não seja aprovado no Congresso Nacional.
“Mais uma vez o ajuste fiscal sobrou para os aposentados, pensionistas e trabalhadores, que nada têm a ver com o deficit do Governo, mas estão sendo usados, outra vez, com a desculpa de que a criação da nova CPMF é para pagar os segurados do INSS”. O esclarecimento é feito por Paulo Pimentel, PP, o mais antigo sindicalista da Baixada Santista.
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Também presidente do Sintrasaúde e coordenador da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) na Baixada Santista, Pimentel alega que a NCST tem estudos que apontam que a previdência não é deficitária. “O Governo está usando como argumento que o dinheiro irá para a Previdência, até mesmo para amenizar o impacto da criação do novo imposto. Da primeira vez, a desculpa foi o financiamento da saúde, que no final das contas, não recebeu nenhum ‘tostão” do mais de R$ 222 bilhões que foram arrecadados nos dez anos da vigência da CPMF”, desabafa.
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Herbert Passos Filho, presidente do Sindicato dos Químicos da Baixada Santista e diretor da Força Sindical diz que o Governo finge que está cortando gastos, mas não está. “Ele está usando o argumento de que a nova CPMF é para pagar os aposentados e cobrir gastos previdenciários, o que não procede. A verdade é que o Governo está tentando cobrir rombos dele mesmo que estão inseridos na seguridade social, pois a previdência social se auto-sustenta”, explica o sindicalista.
E prossegue: “Estão mais uma vez desviando recursos do FGTS, que é patrimônio do trabalhador, para cobrir a falta de recursos do Minha Casa, Minha Vida, quando, na verdade, o dinheiro deveria vir de outras fontes que não foram criadas pelo Governo Federal”.
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Ele conclui mencionando que a briga será mesmo no Congresso Nacional. “É lá que o movimento sindical terá que se mobilizar para pressionar os parlamentares a não aprovarem essas medidas”.
Pagando a conta
Outro sindicalista, Jaime Porto, presidente do Sinprafarmas de Santos e diretor da União Geral de Trabalhadores (UGT) foi incisivo em sua resposta sobre o assunto. “O trabalhador e principalmente os aposentados, junto com o povo brasileiro, vão pagar uma conta que não é deles, que não foram eles que fizeram. Temos, agora, que pressionar o Congresso Nacional e, com certeza, as lideranças sindicais saberão fazer isso”.
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Antonio Carlos Domingues da Costa, presidente da Associação Nacional dos Aposentados (Anapi), a Força Grisalha, diz que o Governo está dando um tiro no pé ao fazer que aposentados e trabalhadores paguem pela conta que é da incompetência do próprio Governo.
“É um argumento frágil e também falso de que o aumento de impostos será destinado ao pagamento da Previdência Social, o que o Governo quer mesmo é usar os aposentados para depois, de forma ilícita, desviar o dinheiro arrecadado com a nova CPM”, menciona o líder sindical dos aposentados.
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Força Sindical vai se mobilizar em defesa dos servidores
Em nota à imprensa, a Força Sindical, através de seu presidente Miguel Torres, diz que o pacote anunciado pela equipe econômica é uma clara demonstração de que o Governo continua se curvando aos bancos e aos especuladores, e virando as costas para os trabalhadores. Não podemos nos calar diante deste pacote que, de forma nefasta, transfere os erros econômicos cometidos pelo atual Governo para que sejam pagos pela classe trabalhadora.
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O Governo fez a opção errada de política econômica, e nós, trabalhadores, não estamos dispostos a pagar esta conta.
É um verdadeiro absurdo a medida de congelar o aumento salarial dos servidores públicos. Vale lembrar que o próprio Governo fez um acordo de aumento escalado, que previa reajuste de 5,5% em janeiro, e agora quer protelar o pagamento para agosto.
Nova Central Sindical
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A Nova Ventral Sindical de Trabalhadores (NCST), através de sua diretoria também promete mobilização contra o ajuste fiscal e o prejuízo que vai causar aos trabalhadores, principalmente aos servidores federais.
O secretário Nacional de Finanças da Nova Central e presidente Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB, João Domingos, rechaça a ideia da presidenta Dilma Rousseff (PT) de congelamento de salários do funcionalismo.
“Recebemos esta notícia com muita preocupação. Já nos reunimos com o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MOPG), Sérgio Mendonça, para discutir nova proposta de reajuste”.
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