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“Nós estamos lutando em mais uma campanha salarial difícil, onde além de recompor as perdas da categoria, temos também que lutar por melhores condições de trabalho e segurança não só na Usiminas, em Cubatão, como em todas as demais empresas metalúrgicas da região. E, neste ano, com a instabilidade econômica do País, temos que nos preocupar com a preservação de empregos, pois nosso mercado de trabalho está ameaçado com o abafamento do alto-forno 1 da Usiminas”. O relato é do sindicalista Florêncio Resende de Sá, Sassá, presidente do Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista.
Ele diz que, antes de assumir o sindicato, foi filiado a partido político, do qual se desfiliou, para ter independência a fim de comandar o sindicato e enfrentar os desafios que o cargo requer. “Nosso compromisso é com o trabalhador metalúrgico, que merece toda nossa dedicação, pois fomos eleitos para defender a categoria.”, diz Sassá.
Diário do Litoral- Como está a negociação com a Usiminas?
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“Os trabalhadores aprovaram a pauta da campanha salarial. Já tivemos sete reuniões com a Usiminas e até agora nenhum avanço. A última proposta foi de reajuste de 5%, mais R$ 1 mil de abono salarial, que rejeitamos na própria mesa de negociação. A categoria quer 19,6% de reajuste. Hoje, por sinal, teremos uma nova rodada de negociação e a nossa diretoria já está mobilizando os trabalhadores, pois só com mobilização é que podemos avançar em nossas conquistas”.
DL- É verdade que a Usiminas pretende reduzir a jornada de trabalho?
“Sim, é verdade, mas quer também reduzir salário. Nós não podemos aceitar. Isto ocorreria na parte administrativa, envolvendo mais de 2 mil trabalhadores, com redução de até 16% nos salários. Só aceitamos negociar uma redução na jornada escalonada, sem se mexer nos salários”.
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DL- Com o abafamento do alto-forno 1, o senhor acha que vai haver desemprego?
“Já está ocorrendo desemprego, mas por enquanto atinge os terceirizados. A Usiminas usa uma estratégia: rescinde contrato com os terceirizados e coloca o funcionário do alto-forno para assumir o trabalho”.
DL- O que o sindicato tem feito em relação à segurança e aos acidentes de trabalho?
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“A diretoria do sindicato tem se mobilizado em torno da insegurança não só na Usiminas, como em outras empresas metalúrgicas da região . Nós temos feito uma série de denúncias. Recentemente, o sindicato fez um levantamento pós privatização da Cosipa( Usiminas) e detectamos irregularidades ocorridas na empresa. Estamos preparando denúncias às autoridades competentes.
DL-Quando foi o último acidente fatal na área da Usiminas?
O último acidente fatal ocorreu em 9 de abril deste ano . Mas, ao todo, a Usiminas, pela nossa estatística, apresenta 55 mortes no trabalho desde quando substitituiu a Cosipa. Entretanto, esse número não é oficial, pois muitos outros trabalhadores morreram fora da empresa, após terem se acidentado e isto não consta na estatística. E, na maioria das vezes, a morte ocorre por intoxicação de gases e produtos químicos.
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