Jornalista Jéssica Paula conta como venceu desafios da deficiência física para uma plateia de cerca de 200 pessoas / Divulgação
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O 18º Encontro Paulista da Saúde reuniu sindicalistas para debater direitos e problemas da categoria, mas também teve seu momento motivacional. Ontem, levantar o astral da categoria e incentivá-la a buscar algo novo, coube à palestrante internacional Jéssica Paula, jornalista deficiente física que andou sozinha por mais de 20 países e que escreveu livro contando sua passagem por países africanos.
Jéssica foi convidada pela Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo, que realizou o encontro de segunda até ontem na Colônia de Férias Firmino de Souza Godinho, em Praia Grande.
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Jéssica trouxe para os 200 sindicalistas da saúde a palestra “Qual é a sua muleta?” Com um tema inspirador, ela procurou mostrar como venceu os desafios da deficiência física. Cansada da mesmice, decidiu viajar sozinha pelo mundo numa experiência que mudou sua vida. Jornalista, as viagens por países africanos (Sudão, Sudão do Sul, Etiópia e Uganda) renderam um livro: “Estamos Aqui”, no qual conta a realidade de vida de pessoas vítimas da guerra civil.
Aos sindicalistas da saúde, Jéssica pregou a necessidade de ter coragem para agir, apesar das inúmeras desculpas que possam dar, e sugeriu buscar inovação para não ser medíocre. “Para não ser medíocre, você precisa fazer o seu melhor”, deixando de lado as “muletas” como falta de tempo, falta de dinheiro, falta de oportunidade e outras desculpas.
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Para a palestrante, as pessoas não podem se abdicar das decisões e de fazer as coisas. Ela não aceita que alguém diz “tanto faz” e recomenda que participe, que faça e que decida. Nem que seja por 60 segundos por dia, tempo mais do que capaz de fazer a diferença ao longo de um ano. “Não precisa esperar ter tempo livre para fazer as coisas”, garante.
Ela questionou a muleta da “falta de sorte”, garantindo que todos podem ser sortudos, bastando que tenha competência e oportunidade. Busque combinar as coisas que já existem, invente algo, busque um diferencial, aliando os conhecimentos profissionais com os conhecimentos de vida.
Jéssica falou à categoria da saúde para que o que tem, como ela mesma faz à condição de deficiente física. “Sou o que sou hoje graças à minha deficiência”. Foi justamente essa condição que a levou a buscar algo novo, a visitar países, a conhecer gente segregada pela guerra, a contar histórias dessas pessoas num livro e a se transformar em palestrante internacional.
Quem é?
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Jéssica é jornalista formada pela Universidade de Brasília. Especializou-se em reportagem especial, documentário e política internacional em Madri. Deficiente física desde os 6 anos, ela usa suas muletas para ensinar pessoas a transformarem problemas em sucesso.
Andou, sozinha, por mais de 20 países. Conheceu tribos indígenas, campos de refugiados, trabalhadores escravos, ciganos, dentre outras experiências. Em seu último trabalho viajou, também sozinha, para áreas de risco entre Etiópia, Sudão, Sudão do Sul e Uganda, e escreveu material inédito sobre o conflito da região. Um livro premiado.
É diretora de formação e capacitação do Sindicato dos Escritores (DF). Atua como palestrante, escritora, consultora em desenvolvimento pessoal e empreendedora.
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