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O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, que a proposta apresentada pelo candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, de acabar com o fator previdenciário, pode ser executada desde que se analisem todas as premissas que o assunto exige.
“O fator previdenciário é uma espécie de esparadrapo para resolver uma situação não definida”. E saiu em defesa de seu correligionário, dizendo que o presidenciável tucano defendeu a proposta levando em conta que sua eventual gestão deverá fazer a economia crescer e será uma economia responsável. “Com isso, é possível buscar mecanismos para substituir este esparadrapo para dar mais fôlego à questão da Previdência Social”.
Ele explicou que este fator foi criado em sua gestão depois que o Congresso Nacional não aceitou um aumento do tempo de trabalho para as aposentadorias. “Basicamente a esperança de vida aumentou, as pessoas vivem mais tempo e o mais racional é que a idade fosse aumentada, mas a proposta foi recusada pelo Congresso por um voto.”
Em função disso, o seu governo instituiu este fator para equilibrar as finanças da Previdência. “Isto é tão significativo que, por pressão política, o Congresso derrubou essa lei (na gestão do ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva) e o Lula vetou o fim do fator previdenciário”, emendou.
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Sindicalistas
As centrais sindicais só estão esperando o resultado final das eleições no País, para intensificar a luta pela pauta trabalhista, que inclui como uma das prioridades, a luta pelo fim do fator previdenciário.
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O Governo tira compulsoriamente este montante enorme dos bolsos dos trabalhadores no momento da aposentadoria“, diz Herbert Passos Filho, presidente do Sindicato dos Químicos e Diretor da Força Sindical na Baixada.
Outro sindicalista, Paulo Pimentel, PP, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Saúde e coordenador da Nova Central Sindical de Trabalhadores na região, diz que o Governo já teve muito tempo para acabar com o fator, “mas continua adiando o fato, pois está lucrando mais de R$ 10 bilhões por ano, dinheiro que sai do bolso do trabalhador. Nós temos que mobilizar os trabalhadores e voltar a pressionar o novo Governo, para acabar de vez com esse redutor”.