Sindical e Previdência

Exportações brasileiras devem ter queda de 15% este ano, prevê AEB

O superávit projetado de US$ 8,064 bilhões foi classificado pelo presidente da associação, José Augusto de Castro, como um “superávit negativo”

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 16/07/2015 às 15:01

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As exportações brasileiras deverão fechar o ano com queda de 15%, em relação ao ano passado, alcançando US$ 191,331 bilhões, enquanto as importações deverão cair 20%, somando US$ 183,267 bilhões. os dados constam da revisão da balança comercial, divulgada hoje (16) no Rio de Janeiro, pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). O superávit projetado de US$ 8,064 bilhões foi classificado pelo presidente da AEB, José Augusto de Castro, como um “superávit negativo”, uma vez que utiliza dados negativos de exportação e importação e não será gerado pelo crescimento das vendas externas. Em 2014, a balança fechou com déficit de US$ 3,959 bilhões.

A previsão anterior da AEB para 2015 foi divulgada em dezembro de 2014 e indicava exportações de US$ 215,360 bilhões, importações de US$ 207,220 bilhões e superávit de US$ 8,140 bilhões.

“O que gera atividade econômica é a corrente de comércio, que é o somatório de exportação e importação. O superávit é apenas o efeito desses dois números”, destacou Castro. Os dados da AEB sinalizam para uma piora sensível da balança nacional este ano. De acordo com a AEB, o Brasil chegou a ter, em 2011, 1,41% de participação no mercado internacional e deve cair este ano para 1%, “e até um pouquinho abaixo”, disse Castro.

Outro ponto negativo é que as exportações brasileiras continuam lideradas por commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado externo) e não por produtos de maior valor agregado. “Este ano, os dez principais produtos exportados são commodities. Apenas o décimo primeiro produto (aviões) é manufaturado. Com as commodities, nós somos dependentes de fatores externos, sobre os quais não temos nenhum controle”, argumentou o presidente da AEB.

As exportações brasileiras devem ter queda de 15% este ano, segundo a AEB (Foto: Arquivo/DL)

Segundo José Augusto de Castro, a melhoria da taxa de câmbio ajuda os manufaturados. “Só que essa melhoria vai ocorrer apenas com as exportações para os Estados Unidos”, disse. A previsão é de que as exportações totais do Brasil para o mercado americano tenham queda no acumulado deste ano de 6,3%, e as exportações de manufaturados para os Estados Unidos tenham aumento de 5,94%. “O câmbio está ajudando a ter um crescimento das exportações de manufaturados porque, sobre as commodities, o câmbio não tem nenhuma influência”.

Castro avaliou que o cenário interno de enfraquecimento da economia também não ajuda, porque as empresas não investem em tecnologia e inovação e, por isso, não têm como reduzir custos. “É um cenário ruim que não estimula a gente a ter uma perspectiva melhor em 2016”. Com o atual cenário, a AEB acredita que o próximo ano tende a ser igual a 2015, com pequenas variações nos números.

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