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A substituição de ônibus fretados pelo transporte coletivo urbano utilizado para o deslocamento dos trabalhadores portuários avulsos escalados para os serviços no terminal marítimo da Usiminas (Cosipa), em Cubatão, entra em vigor às 7 horas de hoje. Medida causou revolta entre as lideranças da maior categoria do segmento, a dos estivadores.
Anúncio foi feito pela direção do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) de Santos na última quintafeira. Na prática, o trajeto entre os postos de escala e o terminal será feito pelos ônibus da Empresa Municipal de Transporte Urbano (EMTU) que fazem as linhas regulares entre os dois municípios, e não mais pelos veículos coletivos fretados pela Usiminas sob administração do Ogmo.
Para o deslocamento, os profissionais escalados receberão vales-transportes de ida e volta. Um dos mais insatisfeitos é o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão, Rodnei Oliveira da Silva. “A decisão é arbitrária e representa um grande retrocesso nas relações capital e trabalho que mantemos há anos com a empresa”.
Responsável pela única categoria de portuários avulsos que atua nos navios operados pela Usiminas, Rodnei vai acionar o Ministério Público do Trabalho. “Vamos requerer a interferência dos promotores locais uma vez que estão extinguindo um dos mais antigos benefícios dos trabalhadores, previsto inclusive no Termo de Ajustamento de Conduta firmado entre o sindicato, Ogmo e MPT na época da transferência da escala, em 2001”.
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Na ocasião, lembrou o dirigente, o TAC celebrado entre as partes pôs fim a uma greve de 14 dias no Porto de Santos, e transferiu ao Ogmo a responsabilidade pela escalação dos trabalhadores, até então feita pelo sindicato. A denúncia também será levada à Gerência Regional do Trabalho de Santos, com pedido de Mesa Redonda.
Eleito conselheiro titular do órgão gestor como representante do bloco dos trabalhadores, Rodnei reclama da falta de diálogo com as direções do órgão gestor e do terminal portuário de Cubatão. “A notícia nos chegou através de ofício encaminhado pelo Ogmo e a implantação acontecerá sem que nenhuma reunião para discutir o tema tenha sido realizada, ou seja, é mais um ato contrário aos interesses da classe trabalhadora”.
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Ele lembra que o serviço de transporte dos estivadores era feito e custeado pelo sindicato. “Fazíamos isso religiosamente utilizando a nossa própria frota até que chegou o Gempo (Grupo Executivo para Modernização dos Portos) e determinou que a escalação e o transporte deveriam ser feitos pelo Ogmo, e agora tomam essa atitude de forma unilateral, traiçoeira e sem a anuência do sindicato”, afirmou Rodnei, que não descarta ingressar com uma ação na Justiça do Trabalho.