Continua depois da publicidade
“Nós sabemos que estamos sozinhos na luta, e somos a única trincheira de resistência ao trabalho com vínculo empregatício, que é caminho para desemprego em massa na estiva, e por isso mesmo, vamos resistir para evitar a nossa extinção”.
A afirmação é de Rodnei Oliveira da Silva, Nei, presidente do Sindicato dos Estivadores, cuja categoria promoveu protesto ontem em frente ao Ministério do Trabalho e Emprego, e depois saiu em passeata pelo Centro e fez ruidosa manifestação em frente ao prédio onde funciona o escritório da Embraport.
Tudo porque a empresa encaminhou expediente ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), solicitando a contratação com vínculo de emprego de 30 estivadores, com salário de R$ 1.073,00 e não compareceu a uma reunião no Ministério do Trabalho (DRT), o que fez aumentar a revolta da categoria.
Da DRT, os estivadores foram para a porta da Embraport, em manifestação ruidosa, porém, pacífica. Na portaria, ocorreu incidente com uma confusão entre o presidente Rodnei, alguns diretores e advogados do sindicato com os porteiros do prédio que se recusaram a receber um ofício com a nova data da mesa redonda no ministério, marcado para a próxima segunda-feira, às 13h30.
Funcionários da Embraport alegaram que não havia ninguém em cargo de chefia para receber o ofício.
Nei disse que se para alguns sindicatos portuários o vínculo significa a garantia do mercado na atividade, para os estivadores essas contratações causam desconforto na medida em que ameaça colocar um ponto final a uma tradição quase centenária, o trabalho portuário pelo método avulso.
Para ele, a oferta contraria os entendimentos preliminares mantidos com a Embraport e a reunião de ontem na DRT serviria para esclarecer essa questão.
“Nossos contatos iniciais com a direção do terminal foram satisfatórios e abordaram a utilização da estiva através do sistema de distribuição avulso administrado pelo Ogmo, e fomos surpreendidos com essa intenção de desestabilizar nosso mercado de trabalho e com um salário aviltante, tendo em vista que a média salarial da categoria é de R$ 4 mil”.
Embraport
A Embraport informa que já está em negociação e mantém diálogo constante com os sindicatos dos trabalhadores portuários para fechar acordos específicos com cada categoria.
O objetivo, segundo a empresa, é ter trabalhadores contratados pelo regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), pois esse regime oferece maior segurança ao trabalhador portuário.
Continua depois da publicidade
Continua depois da publicidade