Sindical e Previdência
Dissim Distribuidora, com sede em Praia Grande, abriu pedido de falência; Sinprafarmas busca respostas para amenizar prejuízos aos funcionários, mas Poupafarma não responde
Unidades da Poupafarma fecharam as portas no dia 6 de fevereiro / Divulgação
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A situação dos trabalhadores da Poupafarma não é das melhores. Toda incerteza parece estar perto de ter uma resposta com a demissão de 80 funcionários da distribuidora direta de medicamentos da rede de farmácias. A Dissim Distribuidora, que tem escritório em Praia Grande, não só demitiu funcionários como abriu pedido de falência.
Segundo os ex-empregados, a companhia deu a carta de dispensa, porém não deu previsão de quando será feito o pagamento de fevereiro e nem de benefícios como vale-transporte e vale-refeição.
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Em função disso, o departamento de Recursos Humanos (RH) da Dissim afirmou que em 10 dias irá entrar em contato com os funcionários demitidos para o agendamento do exame médico e realizar a rescisão contratual. No entanto, alguns trabalhadores acionaram o Sindicato (Sinprafarmas) para que seja feita uma rescisão indireta.
Segundo informações da Panorama Farmacêutico, a empresa mandou um comunicado aos funcionários. Confira um trecho: “Apesar das buscas incessantes por recursos e de todos os esforços realizados pelos acionistas e diretoria, não foi possível realizar o pagamento dos salários no quinto dia útil de fevereiro, assim como o restante do adiantamento referente a 20 de janeiro”.
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A Dissim Distribuidora já enfrentava há algum tempo o desabastecimento de mercadorias por falta de crédito junto a seus fornecedores. Dessa forma, a transportadora que prestava serviço à companhia encerrou as atividades no início de dezembro de 2022 devido à falta de pagamento. No dia 10 de fevereiro, a Dislab Distribuidora de Produtos Farmacêuticos acionou a Justiça para pedir a falência da Dissim na 1ª Vara de Praia Grande (SP).
Por esse motivo, nas portas das unidades da Poupafarma há avisos informando que as atividades serão retomadas em breve. Contudo, de acordo com clientes da rede, há um tempo, as unidades já registravam falta de medicamentos, principalmente na Baixada Santista.
Poupafarma não dá respostas
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A preocupação do Sindicato de Práticos em Farmácia de Santos (Sinprafarmas) é, não só com estes funcionários, mas com todos os funcionários da rede. "O Sindicato vem tentando, desde a primeira notícia de atraso no pagamento dos salários, contato com a empresa para negociar soluções que minimizem os prejuízos sofridos pelos trabalhadores, mas os representantes do grupo Poupafarma não respondem às nossas tentativas de contato", informou o presidente do Sinprafarmas, Giovani Guimarães.
A respeito dos trabalhadores da Dissim, Guimarães garantiu que está acompanhando tanto o pedido de falência aberto por um de seus credores, como também o procedimento de recuperação judicial apresentado por todas as empresas do grupo Poupafarma (incluindo a Dissim).
Ainda segundo informações do sindicato, a empresa não participou da primeira reunião do procedimento de mediação realizado junto ao Ministério do Trabalho, na última sexta-feira (17). A próxima reunião marcada será no dia 02/03. "Esperamos o comparecimento da empresa, para que possamos avaliar saídas que atendam o interesse dos trabalhadores, para que seus direitos sejam quitados, a fim de que sejam atenuados os danos que já foram causados pela Poupafarma", comenta Guimarães.
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Mesmo sem respostas efetivas por parte da empresa, o sindicato tenta ajudar estes colaboradores. "Independente do procedimento de mediação, temos prestado total assistência aos trabalhadores interessados em ingressar com ações trabalhistas para pleitear o pagamento das verbas rescisórias e também dos demais direitos desrespeitados pela empresa", complementa o presidente.
A reportagem do Diário do Litoral, assim como o sindicato, também não obteve respostas da Poupafarma. Questionamos não só sobre as demissões da Dissim, mas também sobre um possível fechamento dos escritórios da empresa em Santos. Não teve retorno. A única nota encaminhada a imprensa foi logo quando as portas foram fechadas, falando sobre reestruturação da empresa e um retorno das atividades em breve.
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