Sindical e Previdência

Continua a greve dos terceirizados da Petrobras em Cubatão

Diante disso, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) marcará, para os próximos dias, o julgamento da paralisação, iniciada na quinta-feira da semana passada (3)

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 10/04/2014 às 18:36

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Em assembleia na manhã desta quinta-feira (10), os 4800 operários da empreiteira Tomé, que presta serviços à Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC Petrobras), resolveram continuar em greve. Diante disso, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) marcará, para os próximos dias, o julgamento da paralisação, iniciada na quinta-feira da semana passada (3).

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Nesta sexta-feira (11), às 8 horas, o Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial (Sintracomos) fará nova assembleia, na portaria 1 da refinaria.

Na assembleia desta quinta-feira (10), os vereadores Adeildo Heliodoro Dinho (SDD) e Ademário da Silva Oliveira (PSDB) adiantaram que formarão comissão parlamentar de inquérito na Câmara de Cubatão.

A CPI, segundo eles, que deverá ser constituída na próxima semana, investigará as condições de trabalho dos operários da empreiteira Tomé na RPBC.

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O presidente do sindicato, Macaé Marcos Braz de Oliveira, por sua vez, proporá aos vereadores que as investigações da CPI sejam estendidas a todas as empresas do polo industrial, principalmente na Usiminas.

Continua a greve dos terceirizados da Petrobras em Cubatão (Foto: Vespasiano Rocha)

Reclamações e reivindicações

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Segundo Macaé Marcos Braz de Oliveira, presidente do sindicato, os problemas vão desde banho em chuveiro frio, sanitários insuficientes e imundos, fossas rasas e malcheirosas até problemas com as refeições.

No almoço, explica o sindicalista, a fila chega a demorar 45 minutos, obrigando o trabalhador a comer às pressas, pois o horário disponível é de uma hora.

O presidente do Sintracomos explica que os refeitórios não repõem saladas e carnes e que faltam até mesmo pratos e bandejas, agravando a espera.

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Ele reclama que os refeitórios são pequenos para tanta gente e as áreas de vivência determinadas pela norma regulamentadora 18, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), “simplesmente não existem”.

“Após as refeições, as pessoas não têm onde descansar um pouquinho. Ao contrário, têm que enfrentar mais filas, se quiserem ir ao banheiro. O que é isso? Uma indústria ou um campo de concentração?”

“As filas são intermináveis e insuportáveis. É fila pra tudo. Fila pra ir ao banheiro, para almoçar, para entrar e sair da área. As filas chegam a ter até 600 pessoas, em determinadas circunstâncias”.

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Irregularidades

Outra denúncia grave diz respeito a erros nos holerites. Segundo Macaé, há casos da empresa pagar apenas 30 dias em meses de 31 dias e de sonegar horas extras trabalhadas.

O sindicalista também acusa a empreiteira de não pagar corretamente a participação nos lucros ou resultados (plr), conforme o acordo coletivo, e saldar quitações rescisórias com atraso.

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“Os companheiros reclamam, mas não são ouvidos. Permanecem de pé, nos pátios, de manhã, quando chegam, esperando o transporte interno, e à tarde, na hora de ir embora.”

“Nos ônibus, também esperam um tempão para que eles saiam, e acabam se atrasando para as aulas noturnas de cursos que muitos frequentam. Ou simplesmente deixam de ficar mais tempo com familiares e amigos.”

O sindicalista alerta para a falta de condições de evacuação da empresa em necessidade de saída urgente. “Se acontecer um acidente grave, ele pode ser agravado pelos acessos estreitos para tanta gente”.

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Macaé reclama que “nem mesmo uma ambulância é mantida no local, onde ocorrem muitos acidentes. Se houver uma ocorrência grave, o trabalhador pode morrer por falta de atendimento”.

“Isso tudo que acontece por causa da má gestão e da falta de logística da empreiteira”, lamenta o presidente do Sintracomos, também diretor estadual e nacional da Força Sindical.

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