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A estação ferroviária da pequena cidade, situada entre o mar e a montanha, era o palco de onde o menino ficava observando os trens irem e virem. E, mesmo novo, ele sabia que um dia chegaria sua vez: deixar a sua Itariri, no Vale do Ribeira, para ir em busca de seus sonhos. Sonhos realizados a partir de Santos. E ontem, o ainda garoto - no espírito e na dedicação ao trabalho - Francisco Vicente Aloise Ferreira teve coroada sua trajetória profissional, como jornalista e escritor de livros, ao receber o título de Cidadão Santista.
A homenagem foi proposta pelo vereador Marcus De Rosis (PMDB) e foi entregue em solenidade presidida pelo vereador Douglas Gonçalves (DEM).
A sessão, realizada na Câmara de Santos, contou com a presença dos pais do homenageado, o ferroviário Agápito Ferreira e dona Lectícia, demais familiares, diversas autoridades, jornalistas e sindicalistas.
“Conheço ele desde o início do meu trabalho em Santos, nos anos 80, e desde então sempre acompanhei seu trabalho na Imprensa e, recentemente, acabei de ler um de seus livros”, comentou a presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP), desembargadora Silvia Devonald, que veio a Santos especialmente para a homenagem de Chicão, como o jornalista do Diário do Litoral é conhecido entre os colegas de profissão e no meio sindical, sua área de atuação.
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O idealizador da homenagem, Marcus De Rosis, destacou que Francisco Aloise conhece quase todas as categorias profissionais da Baixada Santista. “Porta-voz dos trabalhadores e aposentados, é jornalista profissional e atua há quase 40 anos, acompanhando trabalhadores e suas reivindicações em Santos, Brasília e até do outro lado do Oceano Atlântico”, destacou De Rosis.
Ao agradecer à honraria, Aloise lembrou que foi aos 20 anos, em 1975, que sua Itariri tinha ficado pequena para comportar todos os seus sonhos. Aprovado em Jornalismo na Faculdade de Comunicação, o destino o trouxe a Santos. “E foi tendo coragem e ousadia que me atrevi a realizar meus sonhos e entrar nesse oceano chamado Jornalismo para navegar por mares nunca dantes navegados. E o Jornalismo me fez ir muito longe, muito mais longe do que meus sonhos imaginavam”. Em Santos, Chicão se formou, casou e construiu sua família.
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Provação
O jornalista contou que, mesmo se sentindo sob a proteção de Deus, teve de passar por uma provação. Uma doença profissional o afastou do Jornalismo por muito tempo. A doença não permitiu que ele escrevesse notícias para exercer a profissão dos sonhos. “Foi um longo pesadelo que deixou duas cicatrizes cirúrgicas em meu braço direito e uma cicatriz enorme em meus sonhos de menino”.
Renovado, aos 60 anos, o jovem Chicão deixou um recado: “Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo. Mas qualquer um pode recomeçar e fazer um novo fim”.
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