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O Sindicato dos Bancários de Santos diz que a greve da categoria deste ano pode ser histórica caso bancos mantenham a intransigência em não negociar uma nova proposta que seja decente para os bancários.
O presidente do sindicato, Ricardo Saraiva, o Big, diz que os banqueiros estão calados e não fazem nova proposta devido à ganância. Além dos bancários da Baixada Santista, estão em greve os trabalhadores de 26 estados e mais o Distrito Federal.
A greve nacional entra hoje em seu décimo primeiro dia. “Os banqueiros não negociam um reajuste que reponha a inflação anual, muito menos um índice para repor perdas salariais dos últimos anos impostas aos funcionários dos bancos públicos”.
O sindicalista não poupa críticas à classe patronal, representada nas negociações pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos). “Os bancos estão apostando no quanto pior melhor. Não têm responsabilidade social alguma. Pouco importa se o povo sofre, o trabalhador amarga a falta de dinheiro para ter alguma qualidade de vida ou se falta comida na mesa de sua família”, diz Big.
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Ele menciona ainda que além disso, o comércio e a indústria também são afetados com a falta de distribuição de renda acumulada pelos bancos. Setores que aumentaram seus trabalhadores acima da inflação, segundo o Dieese.
A população, por sua vez, não poupa críticas à greve dos bancários. Todos estão recorrendo aos caixas eletrônicos e também às casas lotéricas. Aposentados e idosos são os mais prejudicados, porque não conseguem lidar com as máquinas eletrônicas e enfrentam longas filas nas lotéricas da Baixada Santista.
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A proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de 5,5% é bem inferior ao índice de inflação de 9,88% medido pelo INPC, de 01 de setembro/2014 a 30 de agosto/ 2015 (período medido para o dissídio).
Setores com lucros menores pagaram acima da inflação
Outros setores da economia, com lucros muito menores e sem comparação aos dos bancos — e em alguns casos apresentaram prejuízos —, pagaram aumento acima da inflação aos seus trabalhadores, como mostra balanço das campanhas salariais do primeiro semestre, realizado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística de Estudos Socioeconômicos).
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O comércio, por exemplo, que registrou quedas no faturamento e nas vendas no primeiro semestre do ano, fechou 76% de seus acordos com reajuste acima da inflação para os funcionários. No setor de serviços, que também sofreu perdas, os ganhos reais foram observados em 74% dos acordos. E a indústria, outra área com recuos no desempenho, fechou 61% das campanhas com reajustes acima da inflação nos primeiros seis meses do ano.
O Dieese considerou 302 unidades de negociação, privadas e estatais. Desse total, 69% resultaram em reajustes acima da inflação, 17% foram iguais à inflação do período e somente 15% foram abaixo.
Principais reivindicações
A categoria reivindica reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de reposição salarial), PLR, piso e vales maiores, fim das metas e do assédio moral, mais segurança, 14º salário entre outros itens. No entanto, o setor que mais lucra no País ofereceu 5,5% e abono único de R$ 2.500, o que representa perda de mais de 4% diante da inflação de 9,88%.
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