Sindical e Previdência

Bancários voltam a negociar e greve pode acabar na segunda

Categoria fez passeata pelo centro de Santos. Aposentados reclamam e pedem o fim da greve

Publicado em 04/10/2014 às 11:30

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A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) enviou ofício à Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) chamando a categoria para uma reunião ontem à noite em São Paulo. Desde o início da campanha salarial, em agosto, os bancários fizeram oito rodadas de negociação com a federação, mas não houve consenso sobre os reajustes salarial e de benefícios. Segundo a Contraf, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também chamaram nova negociação das reivindicações específicas, para esta sexta-feira.

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Em greve desde terça-feira, dia  30 de setembro, os trabalhadores reivindicam, principalmente, o reajuste salarial de 12,5%, sendo 5,8% de aumento real; piso salarial de R$ 2.979; fim das metas abusivas e do assédio moral; vale-alimentação e refeição, cesta-alimentação, décima terceira cesta e auxílio-creche/babá de R$ 724 ao mês; auxílio-educação; gratificação de caixa e de função; e vale-cultura de R$ 112,50.

Na última negociação, no dia 27 de setembro, os bancários rejeitaram a proposta da Fenaban que previa um reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais e de 8% para o piso salarial. Também foi oferecido auxílio-refeição de R$ 24,88, cesta-alimentação e décima terceira cesta de R$ 426,60, auxílio-creche de R$ 303,70 a R$ 355,02, entre outros benefícios.

A Contraf informou que na quinta-feira ocorreram paralisações em 9.379 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados, nos 26 estados e Distrito Federal. Desde o primeiro dia da greve, a paralisação cresceu 42,7%, segundo a entidade.

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Bancários fizeram manifestação em frente ao Banco Santander (Foto: Matheus Tagé/DL)

Categoria realiza passeata por ruas do centro de Santos

Os bancários de Santos e região  fizeram ontem, no centro de Santos, uma manifestação seguida de passeata. Evento, ocorrido no quarto dia de greve, ocorreu, segundo o sindicato,  pelo “Dia Internacional de Luta contra o Desemprego e a Terceirização”. A concentração ocorreu na Praça Mauá em frente ao banco Santander, e a passeata começou por volta das 16h20.

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Portando bandeiras e cartazes e com palavras de ordem contra os banqueiros, a categoria tentou chamar a atenção da população, para suas reivindicações.

Antes da passeata, o presidente do Sindicato dos Bancários de Santos, Ricardo Saraiva, Big, disse ao Diário do Litoral, que a mobilização  da categoria em todo o País fez os banqueiros marcarem nova reunião para fazerem uma nova proposta à categoria. “O encontro será hoje (ontem) mesmo à noite, e se houver proposta, vamos marcar assembleia para segunda-feira a fim de decidir os rumos da greve”, explicou o sindicalista.

Segundo Big, a greve teve ontem adesão maciça com 90% das agências paralisadas (153 unidades) em Santos. Nas outras cidades a média foi de 70% de agências fechadas, ou seja, cerca de 77 agências do total de 110. Ao todo são 280 unidades em toda a região incluindo Santos. Isto traduzido dá aproximadamente 2.340 bancários de braços cruzados em Santos e 980 nas demais cidades da região, de um total de 4.000 bancários na Baixada Santista.

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“Exigimos mais segurança, fim das metas, fim das demissões, reajuste de 12,5% e outras reivindicações. A greve é por tempo indeterminado”, resumiu o presidente dos bancários.
Aposentados

Acostumados a receber na “Boca do Caixa” nas agências que mantêm pagamento de benefícios do INSS, os aposentados e pensionistas reclamaram ontem por encontrarem as agências de Santos fechadas e pediram aos bancários o fim da  paralisaçãao.

Quem recebe pela Caixa e Banco do Brasil, pode pagar suas contas nas casas lotéricas. “Nós estamos acostumados a receber o benefício nos caixas, dentro das agências e em horário especial. Essa greve está nos prejudicando”, disse Antônio Novais Soares, que deparou com o Santander fechado, e retornou para casa. A exemplo dele, outros aposentados também voltaram para suas casas, para aguardar o fim da greve.

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