Sindical e Previdência

Bancários entram no 9º dia de greve

Fenaban não apresentou nenhuma outra proposta além dos 5,5% de reajuste e abono de R$ 2.500,00. Bancários alegam que Fenaban quer rebaixar salários e oferece reajuste bem abaixo da inflação

Publicado em 14/10/2015 às 11:48

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Os bancários da Baixada Santista e de todo País entram hoje no nono dia de greve que, diante da inexistência de nova proposta, deverá ser uma das mais longas dos últimos anos. Ela já ultrapassa a greve de 2014 que teve duração de sete dias.

População critica bancários pelo fechamento das agências e direção dos bancários se defende, alegando que a culpa é da intransigência patronal que não quer negociar um reajuste que reponha a inflação atual, muito menos repor as perdas salariais dos últimos anos impostas aos funcionários dos bancos públicos.

A direção nacional dos bancários diz que a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de 5,5% é bem inferior ao índice de inflação de 9,88% medido pelo INPC, de 30 de agosto de 2014 a 1º de setembro de 2015. Porém, os bancos cobram os maiores juros em 20 anos, segundo o Procon. Os juros do cheque especial chegaram a 12,28% no mês em outubro – a maior marca desde setembro de 1995 – quando a taxa era 12,58%.

“Todos sabem que os banqueiros são intransigentes e são os responsáveis por este impasse. Sabem que eles possuem condições para atender nossas reivindicações. A população não aguenta mais os bancos cobrarem 403,5% ao ano no cartão de crédito, 253,2% ao ano no cheque especial, tarifas exorbitantes que garantem lucros fantásticos, a custa da miséria do trabalhador”, diz Ricardo Saraiva, o Big, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos.

Agências bancárias da Região vão permanecer fechadas ainda hoje (Foto: Matheus Tagé/DL)

“Portanto, fazer esta proposta para reduzir os nossos salários é inconcebível diante dos lucros recordes obtidos. Os cinco maiores bancos que atuam no País lucraram 36,3 bilhões no primeiro semestre”, afirma Eneida Koury, secretária geral do Sindicato.

Rebaixar salários

A proposta de 5,5% de reajuste da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é quase metade da inflação acumulada de 9,88%.

O lucro líquido de R$ 36,3 bilhões, alcançado por BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander; é 27,4% maior que o obtido no mesmo período de 2014.

Greve paralisa 178 agências na Baixada e Litoral

Em Santos e Cubatão 90% dos bancários cruzaram os braços por melhores condições de trabalho e reajuste digno. O que significa mais de 2.000 bancários parados e 111 agências paralisadas.

- Em São Vicente, Guarujá e Praia Grande foram 70%, ou seja, mais de 800 cruzaram os braços. São 54 unidades paralisadas.

- Por último, em Bertioga, Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe foram 189, 50% de paralisação, o que significa 13 agências paradas.

O total de agências da base do Sindicato dos Bancários de Santos e Região é 228. A categoria é estimada em 3.995 trabalhadores.

Convenção coletiva

Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional. Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o País. São mais de 512 mil bancários no Brasil.

Principais reivindicações

Remuneração

Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de perdas salariais); PLR: Três salários mais R$7.246,82 ; Piso do Dieese: R$3.299,66 (junho/2015); Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional) e melhores condições de trabalho com o fim das metas e o assédio moral.

Emprego

Fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate as terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas; plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários; auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

 

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