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Bancários da Baixada Santista entram em greve hoje, por tempo indeterminado. Eles lutam por reajuste de 16% e outros benefícios, enquanto os banqueiros oferecem reajuste de 5,5%, índice rejeitado pela categoria. “Isto é um desrespeito aos trabalhadores que lucraram mais 36 bilhões de reais para os cofres dos banqueiros, com trabalho árduo”, explica Eneida Koury, Secretária Geral do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Segundo a dirigente sindical, a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é quase metade da inflação acumulada de 9,88%, registrada no período de 1º de setembro de 2014 até 31 de agosto de 2015, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), índice adotado como parâmetro para o dissídio coletivo da categoria.
“Embora os banqueiros falem em crise, obtiveram lucro líquido de R$ 36,3 bilhões, no 1º semestre deste ano. Esse resultado - alcançado por BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander - é 27,4% maior que o obtido no mesmo período de 2014”, esclarece Eneida.
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Após cinco rodadas de negociação, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 5,5% de reajuste aos bancários sobre os salários, a PLR e demais verbas de caráter salarial, mais abono de R$ 2,5 mil. A proposta foi rejeitada na mesa de negociação, pelo Comando Nacional dos Bancários.
“Abono significa perder mais de 4% do salário. É pago somente uma vez e ainda com descontos do imposto de renda e do INSS. Além de não incorporar no FGTS, na aposentadoria e no 13º salário. É uma chantagem, enganação que corrói os salários dos bancários. A categoria reivindica 16% de aumento salarial e maior distribuição dos lucros”, diz Ricardo Saraiva Big, Presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Principais reivindicações
Remuneração
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Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de perdas salariais); PLR: Três salários mais R$7.246,82 ; Piso do Dieese: R$3.299,66 (junho/2015); Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional) e melhores condições de trabalho com o fim das metas e o assédio moral.
Emprego
Fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate as terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas; plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários; auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
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Consumidores devem ficar atentos
Com greve a ser iniciada hoje, consumidores devem ficar atentos ao pagamento de faturas, boletos bancários e outros tipos de cobrança. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor, o Procon, de São Paulo, embora a greve não afaste a obrigação do consumidor de pagar as obrigações, a empresa credora tem que oferecer outras formas e locais para que pagamentos sejam efetuados.
Para não ser cobrado de encargos (juros e multa) e ter o nome enviado a serviços de proteção ao crédito, a recomendação do Procon-SP é que o consumidor entre em contato com a empresa e peça opções de formas e locais para pagamento, como internet, a sede da empresa, casas loté ricas, código de barras para pagamento em caixas eletrônicos, dentre outros.
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O Procon orienta ainda que o consumidor documente esse pedido, ou seja, guarde cópia de e-mail ou anote o número de protocolo de atendimento, por exemplo. Assim, caso o fornecedor não atenda à tentativa de quitar o débito, o consumidor pode fazer a reclamação ao Procon.
As assembleias que aprovaram o início da greve foram feitas na semana passada. A legislação determina que a greve só pode ter início com aviso prévio de pelo menos 72 horas. Esse período é necessário para informar aos bancos e à sociedade sobre a interrupção dos serviços.
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A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 5,5% de reajuste para salários e vales. A proposta inclui abono de R$ 2,5 mil, não incorporado ao salário.
MP da aposentadoria tranca pauta do Senado
O Senado começa a semana com a pauta trancada por três medidas provisórias (MPs). A mais polêmica é a 676/15, que cria uma nova fórmula para o cálculo de aposentadorias. O texto é resultado de um acordo com o governo, que vetou a primeira proposta do Legislativo de criação da regra 85/95 – soma da idade e o tempo de contribuição para mulheres e homens respectivamente.
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O veto foi mantido pelos parlamentares na semana passada. Pela nova fórmula, o tempo mínimo de contribuição para homens é 35 anos e, para as mulheres, 30 anos.
A mesma medida provisória prevê regras para o recálculo da aposentadoria para quem continuar a trabalhar e a pagar o INSS depois de se aposentar. É a chamada desaposentação.