Sindical e Previdência
Para Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato da Construção Civil de São Paulo, tem que haver punição severa e rigor na fiscalização. País registra 83 acidentes por hora
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“Acidente de trabalho não é para acontecer em lugar nenhum e não podemos aceitar as mortes ocorridas recentemente em obras da Copa do Mundo, ou encará-las como um fato normal e rotineiro, pois isto é um absurdo. Acidente é crime e deve ser punido com todo rigor”. A afirmação é de Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato da Construção Civil de São Paulo, entidade que representa 370 mil trabalhadores, dos quase 1,2 milhão existentes no Estado de São Paulo, sendo o maior da América Latina.
Ramalho, que também é deputado estadual pelo PSDB, cadeira que assumiu há 15 meses para completar o mandato na vaga deixada por Gil Arantes(se elegeu prefeito), diz que não aceita e nem pode admitir o que muitas pessoas, inclusive autoridades, andaram falando sobre as mortes recentes na obra da Arena Itaquerão, estádio da abertura da Copa do Mundo, em São Paulo. “Ninguém pode encarar como normal as ocorrências de acidentes fatais. Se elas ocorreram foi pelo descaso de alguém, e esse alguém deve ser punido”, justificou.
Presidente do Sintracon(SP) desde 1998, Ramalho esteve ontem fazendo uma visita na Baixada Santista, onde percorreu locais de trabalho no setor da construção civil e depois fez visita ao Diário do Litoral. Estava acompanhado de Marcos Braz de Oliveira, Macaé, presidente do Sintracomos de Santos. O líder sindical mencionou que ocorrem 83 acidentes de trabalho por hora no País, com cerca de 3 mortes neste período. “Isto é um absurdo.Não podemos conviver com o título de País recordista em acidentes de trabalho no Mundo”.
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Ramalho diz que o setor da construção civil é um dos maiores não só do Estado como também do País, representando 3,7 milhões de trabalhadores no Brasil e o que mais se ressente da insegurança. “O setor continua se ressentindo da falta de investimentos e em se fazer cumprir as normas já existentes. Mas, para isso teremos que ter mais fiscais do trabalho”, diz.
Além de presidente do Sintracon, Ramalho é também vice-presidente nacional da Força Sindical. Obteve 62.387 votos para deputado estadual e diz que só não foi eleito direto porque faltaram 194 votos. No próximo dia 31 ele se afasta do cargo no sindicato para disputar a reeleição como deputado.