Saúde

Idade impacta na efetividade da vacina contra covid-19, diz estudo

Estudo mostra menor proteção com o aumento da idade do imunizado

Agência Brasil

Publicado em 27/08/2021 às 17:01

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Pesquisadores brasileiros mostram que a efetividade das vacinas contra a covid-19 é impactada pela idade de quem toma a dose / Tânia Rego/Agência Brasil

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Pesquisadores brasileiros mostram que a efetividade das vacinas contra a covid-19 é impactada pela idade de quem toma a dose. De acordo com estudo feito com 75,9 milhões de pessoas imunizadas com as vacinas Oxford/AstraZeneca e CoronaVac, há uma redução da proteção com o aumento da idade. Esses dados, segundo os especialistas, podem ajudar a orientar decisões de saúde pública, incluindo a necessidade de doses adicionais ou de reforço. 

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A pesquisa, que envolve diversos pesquisadores de diferentes instituições, é coordenada pelo pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Manoel Barral-Netto. O estudo, divulgado esta semana, traz dados são de pessoas vacinadas no Brasil, coletados entre 18 de janeiro e 24 de julho de 2021. 

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Os resultados mostram que, com as duas doses, ambas vacinas oferecem proteção contra casos moderados e graves de covid-19 e são efetivas na proteção contra a infecção, hospitalização e morte. Em geral, aqueles que tomam AstraZeneca/Fiocruz têm proteção de 90,2% contra óbito e, aqueles que tomam CoronaVac, 73,7%.

Considerando, no entanto, a faixa etária das pessoas que tomaram os imunizantes, aqueles com idade entre 80 e 89 anos que tomaram a vacina AstraZeneca/Fiocruz obtiveram um índice de proteção contra morte de 89,9%, enquanto aqueles que tomaram a CoronaVac obtiveram uma proteção de 67,2%. Acima dos 90 anos, esses índices ficaram em 65,4% entre vacinados com AstraZeneca/Fiocruz e 33,6% entre aqueles imunizados com CoronaVac. 

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Esses números, segundo os pesquisadores, mostram que pode ser necessária uma dose de reforço vacinal nos indivíduos acima dos 80 anos que receberam CoronaVac e naqueles acima de 90 anos imunizados com a AstraZeneca/Fiocruz. Os dados mostram que essas idades, em um contexto em que há uma disponibilidade limitada de vacinas, como ocorre no Brasil, devem ser priorizadas. Os resultados da pesquisa foram apresentados ao Ministério da Saúde e ao grupo de especialistas em vacina da Organização Mundial da Saúde (OMS). 

A queda de efetividade com a idade ocorre também com outras vacinas, de acordo com os pesquisadores. Já havia, portanto, suspeita de que o mesmo ocorreria com as vacinas contra a covid-19. O estudo mostra qual é a idade que merece maior atenção.

Nessa quarta-feira (25), o Ministério da Saúde informou que iniciará, na segunda quinzena de setembro, a aplicação da dose de reforço da vacina contra a covid-19 em “todos os indivíduos imunossuprimidos após 28 dias da segunda dose e para as pessoas acima de 70 anos vacinados há 6 meses”. 

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Participaram do estudo pesquisadores do Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia); do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia); da Universidade Federal da Bahia (UFBA); da Fiocruz Brasília; da Universidade de Brasília (UnB); da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); da Universidade de São Paulo (USP); da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ); e da London School of Hygiene & Tropical Medicine. 

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