Iniciada em 14 de abril, aulas de violão e guitarra transformam vida de alunos da UE Lúcio Martins (Vila Margarida) / Divulgação/PMSV
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Às vésperas de completar dois meses, um projeto voltado à arte está transformando a vida de alunos da Unidade Educacional Lúcio Martins Rodrigues (Vila Margarida). Com início em 14 de abril, as ‘Oficinas Criativas: Arte e Sustentabilidade’ já são um exemplo de iniciativa bem sucedida, resultados efetivos e histórias inspiradoras. O projeto é uma realização da Secretaria de Educação (Seduc) em parceria com a Renovarte Produtora Cultural e patrocínio da Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL). As aulas acontecem sempre às terças-feiras, envolvendo duas turmas, às 13h30 e 15h30.
O resultado? Em menos de 60 dias, o grupo formado por 50 estudantes do 6º ao 9º ano aprendeu a tocar violão, guitarra e contrabaixo. “Ele nunca havia tido contato com nenhum tipo de instrumento. Um dia, chegou em casa e nem perguntou se podia.
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Simplesmente entregou a ficha de inscrição para eu assinar, e começou a aula”, conta, Edna Maria de França, a orgulhosa mãe de Arthur, do 7º ano A. Desde então, ela percebeu uma criança mais feliz e pró-ativa. “Ele está gostando muito e a cada nota que aprende, aumenta a empolgação. E nos conta com entusiasmo tudo o que passou na sala de música”, completa a cuidadora de idosos.
O menino de 12 anos confirma o relato da mãe. “Não foi difícil, peguei bem rápido. A música me mudou bastante, eu me sinto mais animado. Pretendo usar como um hobby, porque quero ser gastrônomo. Mas se eu ficar famoso pela arte, também vai ser ótimo”.
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A colega de classe, Esther Santos de Santana, 12, revela estar adorando e percebe o progresso a cada semana. “A aula é animada e o professor ensina bastante. Antes eu nem pensava nisso, mas agora quero seguir carreira na música, quero ser artista. É muito legal!”.
Thalisson tem 15 anos e está no 8º ano C. “Já sabia tocar bateria e aqui aprendi violão. Agora quero partir para a guitarra. O projeto é muito interativo e está influenciando a vida de muitos jovens. Tem colega que não gostava de vir para a escola, e agora está vindo todo dia. É uma motivação a mais”.
Para a diretora da UE Lúcio Martins, Rochelly Corrêa, a melhora no desempenho foi perceptível. “Em dois meses sentimos muita diferença. A evolução foi enorme. Eles chegaram acuados, tímidos, e agora estão participativos, buscando melhorar cada vez mais. A proposta é toda essa dedicação culminar em uma apresentação aberta à comunidade”.
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Coordenadora do projeto pela Seduc, Regina Morais conta que a UE Lúcio Martins é a primeira a receber a iniciativa. “É um projeto-piloto que pretendemos estender para outras unidades, porque trabalhar a música traz vários benefícios para o ser humano. E, na escola, contribui na disciplina, atenção, coordenação motora, emoções… Todos esses aspectos refletem no desempenho em sala de aula, reduzindo inclusive a evasão escolar, já que a criança passa a querer vir para a escola e fazer parte de um projeto tão importante”.
A chefe do Departamento de Comunicação e Eventos da Secretaria de Educação, Renata Barbosa, destaca que “se trata de mais uma das várias estratégias que a Seduc adota no Município para combater a evasão, unindo-se ao programa de jornada ampliada IntegraSV; ao Proalfa, que oferece reforço escolar; entre outros.
Instrumentos - A parceria com a Renovarte levou à escola 22 violões, duas guitarras, um contrabaixo elétrico, palhetas, apoio para os pés, cordas para trocas e amplificadores. Um legado para os alunos confiado à escola.
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Produtor cultural da Renovarte, Luigi Morais revela que a produtora e a CPFL estão muito satisfeitas com os resultados, em especial por levar projetos culturais a áreas periféricas. “O que nos estimula é ver esse jovem que vem pela manhã estudar e retorna no contraturno para aprender cada vez mais. Mesmo em um dia de chuva, eles marcam presença. Isso, para nós, é inspirador”.
Há 28 anos na música, José Neto é o instrutor da turma. Ele conheceu a música aos 7 anos, tendo o primeiro contato com teclado, flauta e canto. Hoje, domina diversos instrumentos, como bateria, violino, violão, metalofone, acordeon, xilofone entre outros. Toda a experiência é passada na Oficina Criativa. “Foi surpreendente a evolução deles. Além disso, todos abraçaram a causa, desde os alunos até a direção da escola, passando pela Renovarte e os pais das crianças. Quando surgem novos alunos, os mais antigos ‘adotam’ os novatos, ensinando tudo o que aprenderam até então”.
O professor auxiliar, Rafael Fontaine, define o trabalho na escola como “uma benção”, dando a muitas crianças o acesso à música. “É uma grande oportunidade, porque estão fazendo algo proveitoso para a vida deles e, quem sabe, até podem transformar esse aprendizado em uma profissão”
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